quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

QUANTAS PESSOAS USAM MACONHA? QUAL É A MÉDIA DE IDADE EM QUE AS CRIANÇAS COMEÇAM A FUMAR?

Série sobre Maconha (Parte VI)


Muitas pesquisas científicas têm sido realizadas sobre a maconha:

    1. Em Nosso País:

  • Houve crescimento de seu uso entre estudantes de primeiro e segundo grau de escolas públicas e privadas. Este aumento ocorreu tanto no uso na vida, uso frequente (mais de 5 dias em que o uso ocorreu no período de um mês) e mesmo do uso pesado (mais de 20 ocasiões mensais de consumo).
  • 8 % dos estudantes relatam que já fizeram uso de maconha.
  • A maconha é a segunda droga mais utilizada entre estudantes (exceto álcool e tabaco).

    1. Nos Estados Unidos:

  • Mais de 70 milhões de pessoas maiores de 12 anos, provaram a maconha pelo menos uma vez.
  • Aproximadamente 10 milhões usaram a maconha no decorrer do último mês.
  • Mais de 5milhões fumam maconha pelo menos uma vez por semana.
  • Entre os adolescentes de 12 a 17 anos, provaram a maconha pela primeira vez com 13,5 anos.

Pesquisadores descobriram que o uso da maconha alcança seu nível mais alto na última parte da adolescência e nos primeiros anos depois de cumprir 20 anos. O uso diminui depois desta idade.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

COMO SE USA A MACONHA?

Série sobre Maconha (Parte V)

A maioria das pessoas que a consome, enrolam em forma de cigarro (chamado também como baseado, fino, beck, etc.). Também podem fumar em um cachimbo. Existe um cachimbo que filtra a fumaça com água que é conhecido em inglês como "bong". Algumas pessoas misturam a maconha com a comida e também é usada em forma de chá.

domingo, 20 de dezembro de 2009

QUAIS SÃO OS TERMOS POPULARES PARA REFERIR-SE À MACONHA?

Série sobre Maconha (Parte IV)

Existem muitos termos para referir-se à maconha. Estes termos mudam muito rapidamente, variam dependendo de país (Na América Latina ou na Espanha) ou inclusive da região do país onde estamos. Nos Estados Unidos, varia por regiões e inclusive nos diversos setores da mesma cidade.


Nos Estados Unidos, existem mais de 200 termos para descrever os diversos tipos de maconha. Em nosso país também existe uma enorme variedade de apelidos regionais para a maconha (erva, fumo, marijuana, etc.)

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

O QUE É A MACONHA? EXISTEM DIFERENTES TIPOS DE MACONHA?

Série sobre Maconha (Parte III)

A maconha é uma combinação de flores e folhas da planta conhecida como Cannabis sativa, e pode ser verde, marrom ou cinza. Antes dos anos sessenta, a maconha não era conhecida nos Estados Unidos, mas hoje em dia é a droga ilegal de maior consumo neste país.

O termo Cannabis descreve a maconha e outras drogas derivadas da mesma planta. As formas mais potentes inclusive a sem semente, o haxixe e o óleo de haxixe.


Em todos suas formas, o Cannabis é uma droga que altera a função mental (psicoativa) porque contém THC (delta-9-tetrahidrocanabinol) que é um elemento químico ativo na planta da maconha. O THC é o elemento que mais afeta a função mental.


Hoje as modalidades da maconha disponíveis aos jovens são mais potentes do que as que existiam na década de 1960. A potência da droga é medida de acordo com a quantidade média de THC encontrada nas amostras de maconha confiscadas pelas agências policiais.


A maconha comum contem uma média de 3% de THC.


A variedade "sinsemilla" (sem semente, que só contem botões e as flores da planta fêmea) tem uma média de 7.5% de THC, mas pode chegar a ter até 24%.
O haxixe (a resina gomosa das flores das plantas fêmeas) tem uma média de 3.6%, mas pode chegar a ter até 28%.
A maconha cultivada por hidroponia, conhecida popularmente como SKANK pode ter até 35% de THC.
O óleo de haxixe, um líquido resinoso e espesso que se destila do haxixe, tem em média de 16% de THC, mas pode chegar a ter até 43%.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

CARTA AOS PAIS

Série sobre Maconha (Parte II)


A maconha é a droga ilegal mais usada em nosso país. Nos últimos 10 anos o consumo desta droga vem aumentando de acordo com pesquisa realizada em 10 capitais brasileiras, mostrando uma tendência de crescimento de uso na vida, uso freqüente (consumo em mais de 5 ocasiões mensais) e mesmo de uso denominado de "pesado" (consumo em mais de 20 ocasiões mensais) (GALDURÓZ, NOTO e CARLINI, 1997). Estas mudanças vem ocorrendo ao mesmo tempo que um maior número de pessoas acredita que o uso desta droga não acarreta riscos ou conseqüências prejudiciais.


Ao mesmo tempo, aparentemente os pais não tem consciência deste crescimento do uso, não apenas no Brasil como em outros países, e muitos acreditam mesmo que esta droga não constitui uma grave ameaça a seus filhos. Porém os pais têm que reconhecer que esta é uma verdadeira ameaça ao desenvolvimento de seus filhos e necessitam adverti-los para não usarem. Torna-se fundamental que conversem com seus filhos sobre as drogas enquanto ainda são pequenos, porém nunca é tarde para que os filhos sejam alertados para os possíveis perigos do consumo.


A Secretaria Nacional Antidrogas, subordinada ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, atentando para este aspecto, estabeleceu um convênio com o National Institute on Drug Abuse (Instituto Nacional sobre o Abuso de Drogas) do governo Norte Americano, com a finalidade de disseminar conhecimentos científicos adequados para a população brasileira. Este folheto é fruto desta iniciativa com a finalidade de informar os pais sobre o crescimento do consumo desta droga e as possíveis conseqüências do uso da maconha na saúde dos jovens e sobre a necessidade de medidas urgentes para evitar que uma epidemia do consumo desta droga venha a ocorrer, principalmente em nossa população adolescente.


SECRETARIA NACIONAL ANTIDROGAS

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

APRESENTAÇÃO

Série sobre Maconha (Parte I)

Uma das preocupações da Secretaria Nacional Antidrogas – SENAD é a disseminação de conhecimentos atualizados, isentos de preconceitos e úteis sobre as drogas de abuso, que possam servir como fontes fidedignas para atividades preventivas realizadas em diversos âmbitos da vida dos brasileiros, desde orientações em sua própria casa até mesmo campanha de abrangências nacional. É nesse contexto que, a partir do ano 1999, foi criada a Série Diálogo, com destacadas contribuições de especialistas na criação e construção dos textos.


A Série Diálogo é uma publicação da SENAD que vem transmitindo informações precisas e seguras sobre drogas de abusos. A série, iniciada com o "Guia para Família", chega ao seu quarto número, desfazendo mitos e inverdade sobre uma das drogas cujo consumo vem crescendo principalmente entre jovens e adolescentes, causando com isso intensa preocupação tanto para educadores como para agentes de saúde . Este volume é fruto de uma importante parceria da SENAD com o National Institute on Drug Abuse-NIDA, órgão norte-americano responsável por 85% da pesquisa mundial sobre abuso de drogas e dependência e, por isso, uma das principais fontes de informações sobre o tema. O texto original, em inglês foi traduzido e adaptado para a população brasileira pela Equipe Técnica da Subsecretaria de Prevenção e Tratamento da SENAD.


A maconha é a droga ilícita de maior consumo no mundo, segundo diversas pesquisas. Observamos, em nosso País, um crescimento de 40% do seu uso entre estudantes do ensino fundamental e médio durante a última década. Também verificamos a existência de diversos mitos que se propalam a droga como segura e inócua, imersos em aprofundar o conhecimento dessa substância. Isso exemplificar a oportunidade desta edição, dividida em duas partes: informações dirigidas para os pais e informações dirigidas aos adolescentes. O volume dirigido aos pais traz texto mais completo, que enfatiza a necessidade de acompanhar seus filhos e os riscos que eles correm nos dias atuais. A publicação número 5 é voltada para os próprios adolescentes, em linguagem mais resumida e direta, para que ampliem a consciência dos Aspectos associados ao consumo dessa droga.


Finalizando, aproveitamos para mais uma vez conscitá-los a auxiliar seus filhos na complexa fase da adolescência, fornecendo exemplo, estando perto deles, escutando-os, conhecendo mais sobre os assuntos que dizem respeito aos jovens, -enfim, - DIALOGANDO - . Assim estarão não apenas contribuindo na tarefa nacional da prevenção do uso indevido de drogas, mas também auxiliando para que seus filhos tenham um futuro feliz e isento das suas perigosas conseqüências.


ALBERTO MENDES CARDOSO


Secretário Nacional Antidrogas


Ministro Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República

domingo, 13 de dezembro de 2009

Mais de 94% da população mundial está exposta a fumo passivo-OMS

Por Kate Kelland


LONDRES (Reuters) - Mais de 94 por cento da população mundial não está legalmente protegida contra o fumo, ficando assim exposta à principal causa evitável de mortes, disse a Organização Mundial da Saúde (OMS) na quarta-feira.


Em seu relatório sobre a Epidemia Global do Tabaco, a OMS disse que políticas antifumo são cruciais para reduzir o dano causado pelo fumo passivo, que estaria matando prematuramente 600 mil pessoas por ano, além de causar doenças incapacitantes e prejuízos de dezenas de bilhões de dólares.


O relatório, no entanto, aponta alguns progressos. Em 2008, cerca de 154 milhões de pessoas (2,3 por cento do total mundial) foram beneficiadas por novas leis antifumo. Mas os governos ainda precisam agir com rapidez para evitar muitas outras mortes.


"O fato de mais de 94 por cento das pessoas continuarem desprotegidas por leis antifumo abrangentes mostra que é preciso muito mais trabalho", disse Ala Alwan, especialista da OMS em doenças não-transmissíveis.


Há provas científicas irrefutáveis de que a exposição à fumaça de cigarros causa morte e doenças graves. Nas últimas quatro décadas, a prevalência de fumantes caiu em países ricos, mas vem crescendo em grande parte do mundo em desenvolvimento.


A OMS disse que em 2008 sete países --Colômbia, Djibuti, Guatemala, Maurício, Panamá, Turquia e Zâmbia-- adotaram leis abrangentes contra o fumo, elevando a 17 o total de países com tal legislação.


O tabagismo mata mais de 5 milhões de pessoas por ano no mundo. Em agosto, a Fundação Mundial do Pulmão estimou que o fumo possa matar 1 bilhão de pessoas neste século.


"A não ser que uma ação urgente seja tomada para controlar a epidemia tabagista, o número anual de mortes pode subir para 8 milhões até 2030", disse o relatório da OMS. "Mais de 80 por cento dessas mortes prematuras ocorreriam em países de renda baixa e média - em outras palavras, precisamente onde é mais difícil evitar e arcar com tais perdas tremendas."


A OMS apontou uma enorme carência de verbas nos esforços contra o tabagismo - para cada 173 dólares recolhidos em impostos sobre o tabaco, só 1 dólar é gasto em medidas para tentar ajudar a população a parar de fumar.


Os avanços na proibição da propaganda e na taxação de cigarros pararam, disse o relatório, e 95 por cento das pessoas vivem em lugares onde o imposto representa menos de 75 por cento do preço de varejo do produto.


A OMS conclamou os governos a implementarem as regras da sua convenção-quadro sobre o controle do tabagismo, assinada por 170 países.


Essa convenção prevê medidas para evitar o consumo direto de cigarros e o fumo passivo, para oferecer apoio a quem quiser deixar o hábito, para proibir a publicidade e para elevar impostos sobre o tabaco.


No momento, menos de 10 por cento da população mundial está coberta por alguma dessas medidas, segundo a OMS.

sábado, 7 de novembro de 2009

Cigarro causa danos à pele de portadores de lúpus

Se todos os fatores conhecidos sobre o quanto é prejudicial fumar não bastarem para persuadi-lo a deixar o vício, os cientistas arrumaram mais um. A afirmação é do site Science Daily, sobre uma pesquisa do Instituto Universitário de Saúde McGill, publicada no Journal of Rheumatology। O estudo, liderado por Christian A Pineau, co-diretor da clínica de lúpus do instituto, afirma que o fumo está relacionado aos danos da pele em pessoas com a doença.

A síndrome do lúpus atinge uma em cada 2 mil pessoas। E 90% delas são mulheres, a maioria jovens. A doença causa inflamações e danos em qualquer órgão do corpo, mas a mais visível é a pele. "Nosso estudo verificou que o risco de danos à pele, como perda permanente de cabelos, é significativamente maior em fumantes", afirmou o médico. Como não há cura para o problema, os sintomas podem ser tratados com remédios. E até aí o cigarro interfere: o tratamento pode deixar de ser efetivo na cura das doenças de pele.

"Já era importante que os pacientes de lúpus parassem de fumar, mas depois dessa descoberta, torna-se imprescindível convencê-los que, se largarem o cigarro, poderemos oferecer maior controle da doença e melhores resultados", disse o médico। O estudo diz que até em pessoas saudáveis, fumar pode ter resultados negativos, imediatos ou a longo prazo, nas veias sanguíneas, na pele e folículos dos cabelos.

फोंते: Terra

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Maconha - Mitos E Verdades Sobre A Cannabis Sativa

Desde que foram iniciadas pesquisas científicas sobre a maconha, especialistas de vários países relutavam em condená-la, por acharem que ela representava um risco menor para a saúde que o fumo ou a bebida. Mas, o que dizem atualmente os relatórios científicos em todos os países que se dedicaram em analisar os efeitos verdadeiros da maconha?

A Associação Americana de Medicina divulgou a seguinte nota:

“Não a dúvida alguma de que a maconha seja um tóxico perigoso. O órgão visado pela maconha é o cérebro. A intoxicação aguda pela maconha prejudica a aprendizagem, a memória e todo o desempenho intelectual. O consumo seguido pode interferir gravemente com o funcionamento psicológico, o desenvolvimento da personalidade e o amadurecimento emocional, sobretudo na infância e na adolescência. Os danos psicológicos podem ser permanentes. Até mesmo o uso moderado está relacionado com as psicoses, os estados de pânico e os distúrbios de comportamento entre os adolescentes.”

Caso você esteja viciado em maconha, é bom que saiba que a fumaça da maconha que você aspira, transporta mais de 400 venenos diferentes para dentro do seu organismo. Não se conhece todo o mal provocado por estes componentes químicos, mas sabe-se o suficiente para condenar-se o seu uso. De todo lixo que existe na maconha, uma substância química é a que produz o embalo pelo qual as pessoas pagam. O termo técnico é delta-9-tetrahidrocanabinol (sigla THC). Logo que entra no corpo, o THC vai para o tecido adiposo, penetra nas células do seu corpo, do fígado, dos rins, das glândulas e do sistema reprodutor. O THC contido num único cigarro de maconha permanece no seu organismo de três semanas a cerca de dois meses, perturbando seu cérebro, seus órgãos, suas glândulas e seu sistema de reprodução. Acaba destruindo a sua memória, arrasando sua capacidade de aprender e de compreender. Você então já não consegue acompanhar nenhuma idéia mais complexa, nem formular um pensamento elaborado.

Esta droga é tão forte que basta tomá-la uma só vez por mês para ter uma substância química ativa, venenosa, atuando no seu organismo 24 horas por dia. Brincar com a maconha é expor sua vida a um sério risco.

A pessoa viciada em maconha normalmente adquire um comportamento diferente das demais pessoas não viciadas. Em geral, quando um jovem passa a fumar a maconha habitualmente, ele abandona os amigos que não compartilham do mesmo vício. Veja que as más companhias são exatamente aquelas que compactuam com o erro de manter o vício.

A pessoa viciada em maconha não se interessa por esportes e seu rendimento escolar é sempre baixo. Ela perde a capacidade de concentração e de compreensão. Não é raro ter dificuldade em lembrar-se das coisas que tenha lido ou ouvido na escola. Sua mente fica ligada apenas em quando será o novo embalo ou a próxima festinha onde poderá usar a maconha livremente. É normal que o viciado esteja sempre sonolento e apático, sem vontade para atividades que exijam esforço físico.

O vício exige dinheiro para a sua manutenção, e os jovens que dependem dos pais financeiramente, vivem pedindo aumento de mesada ou inventando necessidades inexistentes, tais como: comprar livros, suplemento para pagar lanches, etc. Na verdade, todo dinheiro extra será para pagar pela maconha que se torna cada vez mais rara e cara para o novos consumidores. Os acidentes de carro ou moto passam a ser freqüentes entre os usuários da maconha. Em geral têm muita dificuldade em se livrar das infecções uma vez que seu sistema imunológico fica deficiente. Sentem dormência nos membros, no tronco e de um lado do rosto. Os olhos ficam injetados e muito sensíveis à luz, levando os viciados a trazerem um vidro de colírio para disfarçar a vermelhidão, ou adquirem o hábito de usar óculos escuros.

As pesquisas mostram que a maconha arrasa os pulmões e o sistema respiratório, levando os fumantes a tossir, chiar e sentirem dores no peito. O estado de humor de uma pessoa viciada em maconha sofre alterações bruscas: o riso incontido pode repentinamente transformar-se em depressão e hostilidade, sendo que, nos casos mais avançados, é comum surgir a paranóia.

Eis um relato feito por uma moça de 20 anos de nome Suely, sobre a sua relação com a maconha:

“Quando entrei para o colégio interno tinha apenas 11 anos de idade elevava uma bagagem repressiva da educação doméstica e o contato com outras garotas foi uma experiência marcante. Em casa, tinha aprendido a me comportar como uma menina boazinha, mas lá no colégio interno eu tinha liberdade para fazer todas as coisas que me haviam sido proibidas por meus pais. Embora as leis do colégio fossem igualmente rigorosas, eu não estava sozinha, tinha as colegas mais antigas que lá estudavam que me disseram o que era certo ou não fazer. Fumar maconha era uma das coisas que me disseram ser bacana fazer. Só uma garota realmente esperta fumava o tal baseado. Cigarro comum já era, elas me diziam. Meu primeiro cigarro de maconha foi uma experiência diferente mesmo. Sempre tivera curiosidade de saber como era entrar no embalo e um dia aceitei um baseado de uma garota viciada. Ela ensinou-me como prender a fumaça depois da tragada, para fazer efeito. No início fiquei meio tonta e perdi a noção do tempo. Nós estávamos no andar superior do internato junto a uma janela que dava para o pátio. Sob o efeito da erva, pensei naquele momento que era capaz de sair voando por ali. Foi necessário que me segurassem violentamente, pois meu desejo era o de pular pela janela aberta. As coisas pareciam enormes e eu pequenina. Minha visão e todos os meus sentidos ficaram modificados. Era uma sensação esquisita e anormal. Sentia medo de sermos surpreendidas pelas irmãs do internato, mas ao mesmo tempo desejava continuar aquela experiência. Foi a partir daquela data que passei a fazer uso sistemático da maconha até ser internada num hospital psiquiátrico com graves distúrbios psíquicos. Antes de adoecer gravemente eu sentia dores no peito e quando fumava maconha, meu coração disparava e eu sentia uma agonia mortífera. Lembro-me que certa ocasião fui socorrida às pressas na enfermaria do internato pois minha pressão sangüínea subiu tanto que desmaiei. A minha pulsação naquele dia chegou a 150 batidas por minuto e o médico advertiu-me sobre o risco de eu vir a sofrer um infarto. Aos 16 anos eu já havia mudado de escola 5 vezes e passado por três programas de reeducação. Meus pais não me queriam em casa, pois diziam que eu já estava pedida e que ficando em casa, contagiaria meus irmãos mais moços. Aos 17 anos fui morar com um rapaz também viciado e tive que me prostituir para conseguir dinheiro para alimentação e sobretudo para manter o vício maldito. Passávamos dias sem tomar banho e às vezes nem nos alimentávamos durante um dia inteiro. Até que conheci um grupo de ex-viciados que desejava nos ajudar e aos poucos fui me deixando conduzir, já que sabia ser iminente minha morte por inanição e pelas doenças que já estavam me destruindo, como ficou constatado meses depois num exame médico: eu tinha bronquite crônica e enfisema pulmonar em andamento. Não fosse a intervenção imediata do grupo de apoio aos viciados, e eu teria morrido antes de completar 19 anos. Hoje, aos vinte anos, sinto-me renascida pois antes eu não vivia, apenas vegetava inutilmente, dependente inteiramente do vício. Conquistei minha independência a custo de muito esforço. Hoje estou casada e já tenho planos de ter um bebê. Quero que ele nasça forte e saudável. Tenho um emprego e meu vício atual é atuar como voluntária em programas de reabilitação de viciados, quer seja em drogas alucinógenas ou prostituição. Estou conseguindo bons resultados.”

Como você pode ver nas entrelinhas do resumo deste relato da jovem Suely, a maconha não é inofensiva como querem seus apologistas. Os males oriundos do vício de fumar maconha é tão nocivo como os causadores por outras drogas. Dependerá unicamente da resistência orgânica de cada indivíduo, freqüência de uso da droga e quantidades consumidas por ver. Todas estas coisas levam inapelavelmente à desgraça física e mental dos viciados.

As clínicas médicas registram diariamente inúmeros atendimentos de urgência feito a pessoas que ingeriram um dose maciça de drogas, sendo que muitas pagam com a vida pelo uso de alucinógenos.

Relatos mais chocantes podem ser tomados em clínicas de reabilitação de drogados e mesmo dos familiares de muitos jovens que acabaram internados como loucos, u que morreram durante um embalo, pois como se sabe, 75% dos casos de morte por uso de drogas ocorrem por overdose.

Infelizmente não dispomos de estatísticas sobre o número de pessoas viciadas em maconha no nosso país, pois grande parte dos casos médicos são até encobertas pelas famílias dos viciados, com receio das repercussões sociais. Somente os casos de morte ou envolvendo o tráfico da maconha é que são relatados pela imprensa. Mas, basta que se saiba que anualmente centenas de toneladas da erva conhecida cientificamente por Cannabis sativa, a popular maconha, são queimadas pela polícia federal no Brasil. Nos Estados Unidos, uma pesquisa oficial mostrou que em 1981, cerca de 5 milhões de jovens entre os 12 e 17 anos puxavam o fumo. Sabe-se que os EUA, é o país com o maior e melhor programa antidroga do mundo.

Mas se a maconha faz tanto mal, porque os jovens estão consumindo-a com uma freqüência cada vez maior? Alguns sociólogos e estudiosos afirmam que o desprazer em viver concorre para levar os jovens às drogas, como uma espécie de fuga da realidade.

Para finalizar este artigo veremos mais algumas informações sobre a maconha, ao menos informar aos leitores, tudo que for importante sobre algumas drogas, sobretudo as mais populares, como é caso da maconha, cocaína e álcool.

A maconha é o nome comum que se dá ao preparado feito com folhas e flores da planta Cannabis sativa. Muitos usuários da maconha não sabem que para proteger as folhas da maconha, os traficantes recobrem as mesmas com uma cera onde são encontrados alcatrões e outras substâncias que têm ação cancerígena.

Num estudo feito com 28 jovens aparentemente saudáveis na Universidade da Califórnia, em Los Angeles, o Dr. Donald Tashkin, encontrou danos consideráveis nas funções pulmonares dos analisados. O mais curioso é que cada um dos 28 jovens fumaram uma média de cinco baseados diários durante 47 a 59 dias. A conseqüência do uso diário ou mesmo com algum intervalo de tempo, da maconha, acarreta o risco de câncer pulmonar. Experiências com ratos, em que os cientistas aplicaram condensados de fumaça de maconha em seus dorsos, apresentaram conclusões inequívocas de que a maconha leva ao desenvolvimento de células cancerígenas, pois todos os ratos de experiência produziram tumores cancerígenos no local em que receberam fumaça de maconha. Não resta portanto a menor dúvida que o cigarro de maconha é tão prejudicial às células pulmonares quanto o tabaco, pois as substâncias contidas na Cannabis sativa contribuem para o desenvolvimento de lesões pré-malignas e malignas.

Será que vale a pena correr-se o risco de desenvolver um tipo de câncer, perder-se a memória, reduzir-se a capacidade de raciocinar, adquirir deficiência imunológica, perder-se a força de vontade, envolver-se em acidentes por perda da normalidade dos sentidos, tudo isso por causa de uma viagem que pode não ter retorno?

A razão pela qual devemos lutar para acabar com o vício de fumar maconha é que ele não leva a nada importante, mas tão somente ao envolvimento com o pior tipo de pessoa que existe, que são os traficantes inescrupulosos.

A maconha é uma porta aberta para a entrada de outros tipos de drogas. Quando um indivíduo se vicia, entra em contato com um tipo de comunidade de consumidores e passadores da erva, e nela pode vir a conhecer outros tipos de drogas mais pesadas e mais letais, como a heroína, a cocaína e todo o lixo de alucinógenos. Fumar maconha pode ser um barato que sai muito caro para qualquer indivíduo. Não se trata aqui de zelar-se pela moral, mas tão somente de preservar a vida, a sanidade e a felicidade completa.

O indivíduo que se deixa convencer de que a maconha é um barato acabará por ver-se dominado, aniquilado e espoliado por ela. Tudo quanto relatei até aqui sobre este vício é apenas a ponta de um imenso iceberg que você conhecerá inteiramente até o final deste livro, e aprenderá o caminho para destruí-lo definitivamente.

Autor: Mathias Gonzalez, brasileiro e naturalizado australiano, autor de 132 livros dedicados à filosofia, psicologia e educação.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Colesterol?

Fumar interfere no colesterol? VERDADE. O cigarro diminui a capacidade que o organismo tem de remover o excesso de colesterol. As partículas tóxicas prejudicam a ação do HDL e, dessa maneira, fazem com que os níveis de gordura aumentem.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Substâncias Psicoativas Ilícitas: Maconha

De 1990 a 2000 tivemos a "Década do Cérebro" que nos EUA deu origem a um programa dedicado exclusivamente à investigação do cérebro, aprovado pela Câmara de Representantes Norte-Americana, e que se desenvolveu com a colaboração de vários países.

O reconhecido psiconeurofarmacologista norte-americano Lewis Judd comentou: "Nos últimos 10 anos descobriu-se 90% de tudo o que conhecemos sobre o cérebro, tomando como parâmetro toda a história da humanidade".

A partir de 1986 foram conhecidos dados que permitiram romper com a opinião coletiva predominante na época que costumava tratar a cocaína como uma droga recreativa, fenômeno que até hoje persiste, por exemplo, com a maconha e o ecstasy.

Há alguns anos Eduardo Kalina denominou o uso de drogas de Síndrome de Popeye, pois ela se assemelha ao espinafre deste personagem, à medida que auxilia a negar as inevitáveis limitações impostas pela realidade de ter que viver com um corpo biológico destinado a seguir as leis da natureza.

O corpo tem limites, é finito: nasce, cresce, reproduz-se ou não e morre; fato que o dependente químico não tolera e procura transgredir med
iante a fuga na fantasia de que pode ser outro, como descreve Robert Stevenson no seu livro "Dr. Jekyll e Mr. Hyde" e também, Oscar Wilde em seu "Retrato de Dorian Gray".

Até a década de 60 com exceção do alcoolismo e do uso abusivo de opiáceos e barbitúricos, o restante das demais substâncias psiconeurosóciotóxicas não preocupava o mundo médico, apesar de existir. Este uso era feito por pequenos grupos da população, em geral marginais.

Com a transformação cultural a partir dos anos 60 grupos de psiquiatras, psicólogos, sociólogos, religiosos e ex-dependentes começaram a trabalhar com todo tipo de recursos sócio-comunitários para combater a dependência do uso de tóxicos.

Maconha

A maconha é uma das drogas mais antigas que o homem conhece. Seu primeiro registro histórico, na China, data de 4700 anos. A maconha é um cânhamo natural da Ásia Central extraído das plantas fêmeas do gênero Cannabis espécies sativa e indica. Seu princípio ativo, o delta 9-tetra-hidrocanabinol (THC) foi identificado somente em 1964 pelo israelense Raphael Mechoulan.

A planta dá-se bem em qualquer clima que não seja muito frio. Hoje ela é cultivada em todos os continentes.

No nordeste brasileiro a estimativa é que a produção anual chegue a 10 milhões de pés, que correspondem a 3300 toneladas. Segundo a Polícia Federal o produtor recebe R$ 100,00 por quilo. Se plantasse cebola receberia em média R$ 0,10 por quilo.

As drogas fazem parte, por exemplo, do dia-a-dia da Holanda. A própria palavra droga vem do holandês antigo droog, que significa folha seca. Nos anos 70 este país percebeu que a prisão de jovens pelo uso de pequenas quantidades de maconha era o pior de todos os efeitos desta droga. Hoje, lá é permitido o porte de até 5 gramas de maconha. Há mais de 1500 bares onde o consumo é livre, os famosos Koffeeshops. Todo ano, em novembro, Amsterdã sedia a World Cannabis Cup, um torneio mundial de maconha, no qual fumantes do mundo inteiro se reúnem para degustar variedades novas da planta, criadas com esmero.

Nos anos 90, há quem diga que a descriminalização funcionou. Hoje a Holanda tem cerca de 300.000 usuários de Cannabis, ou seja, 2 a 3% da população, um índice de consumo equivalente ao de outros países da Europa e menor do que o dos Estados Unidos, onde a maconha é ilegal e consumida por 5,3% da população. Em Amsterdã, um em cada três habitantes maiores de 12 anos já experimentou a erva.

Segundo o Centro de Pesquisas de drogas da Universidade de Amsterdã, após a descriminalização o número de usuários habituais não cresceu; salienta que as pessoas experimentam por volta dos 20 anos de idade e largam depois. O que os holandeses ainda não sabem é como lidar com o tráfico.


Efeitos da maconha na unidade corpo/cérebro/mente
A maconha é uma mistura variável de centenas de substâncias em diferentes proporções. Seus efeitos atingem a pessoa e a personalidade como um todo: cognitivo-afetivo-conativamente (este último diz respeito à vontade + a ação). Sua neurobiologia nos remete aos neurotransmissores acetilcolina, dopamina e ao GABA.

Em 1990 descobriu-se os receptores canabinóides específicos no cérebro. O THC se parece muito com a anandamida, produzida pelo próprio cérebro e que parece ter relações com a memória e com uma doença mental, a esquizofrenia. O THC ocuparia os receptores da anandamida nos neurônios. Esses receptores encontram-se no sistema límbico, no hipocampo, no cerebelo e nos lobos frontais. Existem indícios de que o THC pode interferir na neurotransmissão no nível da membrana do neurônio e dos segundos mensageiros (adenilciclase). Cientistas da Universidade de Brown, Rhode Island nos USA publicaram recentemente que a anandamida é um canabinóide natural que provoca perda da sensibilidade à dor.

O cérebro usaria a anandamida para modificar a sensibilidade à dor. O desenvolvimento de um remédio que bloqueasse a degradação da anandamida poderia levar a novos medicamentos analgésicos, especialmente contra dores que não respondem aos derivados do ópio, como a morfina.

Um dos efeitos da maconha mostra um forte componente anticolinérgico: ocorre uma diminuição difusa das funções cognitivas, especial comprometimento da memória, da atenção, da crítica e do julgamento devido a alterações no hipocampo, sintomas que são ainda mais evidentes pela ação gabaérgica da maconha. Ambas as ações fazem diminuir a atividade impulsiva e seus componentes da agressividade e ansiedade, com freqüentes relatos do aumento das sensações de déjà-vu e jamais-vu.

Nos consumidores abusivos encontram-se zonas de hipoperfusão em diferentes regiões do cérebro, levando a um sofrimento neuronal que pode ser irreversível (necrose). No eletroencefalograma (EEG) digital pode-se observar lentificação, diminuição de amplitude e hipersincronização das ondas registradas pelo traçado do exame. Na tomografia de fótons (SPECT) observam-se déficits metabólicos.

A inibição do córtex e sistema límbico, associada à ação dopaminérgica explicaria os surtos psicóticos em usuários de Cannabis mesmo sem ter antecedentes pessoais ou familiares de doença mental.

Volkow demonstrou mediante tomografia por emissão de pósitrons (PET-scan), que o THC produz alterações imediatas e mais prolongadas no metabolismo do cerebelo e que, nos consumidores crônicos, provoca diminuição da atividade cerebelar, com alteração da coordenação motora, da sensibilidade proprioceptiva e da capacidade de aprendizagem.

O uso contínuo gera perda da noção do tempo, velocidade, distância, retardo de reações e outros déficits que têm o potencial de levar a danos e morte acidental.

De fato, o uso da maconha é tido como grande causador de boa parte dos acidentes fatais com moto e automóvel entre os adolescentes. Experimentos com pilotos de aviação mostraram que a maconha é mais perigosa que o álcool e, claro, maior ainda com a mistura de ambos.

Pesquisas mostram que o THC é 4000 vezes mais potente que o álcool, nas doses equivalentes, em diminuir o desempenho de um motorista em condições adequadamente controladas. Chega-se a dizer que o THC agiria como um falso hormônio, inibindo por feedback (retro-alimentação) a secreção de ACTH pela hipófise, simulando perfeitamente uma síndrome de esgotamento (estresse).

Na questão de gerar câncer, a maconha em comparação com o tabaco, foi encontrada uma quantidade maior dos mesmos agentes carcinogênicos no cigarro comum. Entretanto, não vamos subestimar este poder da maconha, pois grandes quantidades de substâncias irritantes para o sistema traqueobronquial nela são encontradas. Especialmente a presença do benzopireno encontrado em uma proporção 50% superior na maconha do que no cigarro de tabaco. A proporção de malefícios é de três baseados por dia eqüivalendo a 20 cigarros comuns por dia. E tanto quanto o tabaco aumenta a freqüência de bronquite crônica e câncer de pulmão.

Relata-se em animais de laboratório a redução da fertilidade, a diminuição da motilidade dos espermatozóides e a diminuição dos níveis circulantes de testosterona.

Também, a leucemia não-linfoblástica é 10 vezes mais freqüente em crianças nascidas de mães que fumam maconha. Destaca-se ainda alterações com relação aos atrasos no desenvolvimento intelectual, baixo peso corpóreo, pequeno tamanho do concepto, e tendência ao aborto espontâneo ou partos prematuros na mãe.

Ficou demonstrado que o THC suprime a produção de interferon in vivo e in vitro. Interferon são macromoléculas proteínicas que participam do sistema de defesa de um organismo infectado por vírus. A maconha pode também diminuir a função dos linfócitos e dos macrófagos tanto in vivo quanto in vitro, baixando a resistência imune do indivíduo.

No homem são conhecidos os efeitos de oligospermia (pouco espermatozóide) e até azoospermia (nenhum espermatozóide) e na mulher alterações do ciclo menstrual.

Não há mais dúvidas de que o THC provoca quebras cromossômicas no cariótipo humano.

Quanto à dependência, insistimos em não separar a psíquica da física. A dependência da maconha caracteriza-se por irritabilidade, nervosismo geral, angustia, hiper ou hipofagia, alteração do sono e tendência a fumar mais cigarros de tabaco e tomar café em demasia, estes dois últimos pelo fato da nicotina e da cafeína serem também dopaminérgicas, atuando especialmente nos receptores DA2 do núcleo accumbens.

O THC é altamente lipofílico, isto é, dissolve-se em gordura, demorando muitos dias para ser eliminado. Assim, os sintomas de abstinência podem aparecer de 20 a 30 dias após a interrupção da droga.

Talvez o efeito mais nefasto no jovem seja a síndrome amotivacional, que provoca a queda do rendimento em todas as áreas da atividade humana e, freqüentemente, a parada dos estudos, com perda dos ideais tão salutarmente desenvolvidos nesta fase.

Fonte: REDEPSI

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Fumantes têm até 25 vezes mais chances de desenvolver câncer de pulmão

Apesar de os avanços médicos oferecerem alternativas cada vez mais eficazes para a cura ou para o controle do câncer, o diagnóstico da doença equivale, para a maioria das pessoas, a uma sentença de morte. Só durante o ano 2000, por exemplo, mais de 100 mil pessoas morreram de câncer no Brasil.

Causas

O conhecimento científico desvendou muitos mecanismos moleculares ligados ao aparecimento e ao desenvolvimento do câncer, à sua capacidade de invadir ou de se espalhar pelo corpo. Infelizmente, ainda hoje é muito difícil determinar, para cada paciente, qual seria o exato fator desencadeante da doença. O câncer é causado por muitos fatores externos (substâncias químicas, radiação, vírus) ou internos (hormônios, alterações imunológicas, mutações hereditárias).

No século 18, os médicos ingleses relataram o papel da fumaça sobre a incidência de câncer de bolsa escrotal em limpadores de chaminés; mas só em meados do século 20 se demonstrou o papel determinante do tabaco sobre a incidência do câncer de pulmão. De lá para cá, várias outras causas foram descritas. Vale ressaltar que é muito difícil provar a relação causal direta de um fator ambiental no aparecimento de um câncer em certos indivíduos - as provas biológicas são raras.

O fato de uma substância qualquer produzir câncer num animal (rato, por exemplo) não quer dizer necessariamente que ela produzirá o mesmo câncer no homem. Em geral, as evidências se baseiam em estudos epidemiológicos extensos, longos, de difícil condução, com pessoas que se apresentam como voluntárias para seguir um esquema rigoroso de comportamento (dieta, exercício etc.) durante muitos anos, a fim de que cientistas possam estabelecer alguma correlação com o aparecimento da doença.

Esses estudos são demorados, custosos e sujeitos às variações geográficas ligadas aos comportamentos costumeiros, ou à presença de recursos humanos e financeiros. Mais ainda: uma vez estabelecida ou pelo menos suspeitada a causa, resta convencer a sociedade, os especialistas e os formadores de opinião. Um exemplo foi o excessivo retardo entre a descrição do vínculo do cigarro com câncer de pulmão década de 60) e o início do engajamento da sociedade em ações e leis que ajudassem a reduzir o consumo do tabaco.

Modo de vida e alimentação

Hábitos cotidianos podem influenciar a probabilidade de uma pessoa desenvolver tumor maligno. A relação entre fumo e câncer é indubitável, apesar do esforço das indústrias de tabaco para encobrir as evidências. O cigarro e os outros produtos derivados do tabaco são a causa de cerca de 30% de todos os cânceres: 400 mil casos nos Estados Unidos e 90 mil no Brasil, somente no ano 2000, todos evitáveis.

A maioria dos pacientes com câncer de pulmão (87% a 94%) é de fumantes ou ex-fumantes, e 2% são fumantes passivos (isto é, têm contato intenso e prolongado com fumantes, apesar de pessoalmente não fazerem uso de tabaco). A incidência de câncer de pulmão se correlaciona diretamente com a intensidade do ato de fumar: um fumante de dez cigarros por dia tem oito vezes mais probabilidade de desenvolver câncer de pulmão que um não-fumante; e fumantes de um maço por dia (20 cigarros) têm 25 vezes mais probabilidade. Da mesma forma, as pessoas que deixam de fumar apresentam um padrão decrescente de risco de câncer com o passar dos anos, chegando perto do padrão de não-fumantes após oito a dez anos de abstinência do tabaco.

Há 20 anos, pesquisadores apontaram a relação direta entre algumas dietas e hábitos alimentares e a incidência de tipos específicos de câncer. Hoje, estima-se que 35% de todos os tumores malignos se relacionam à alimentação e, portanto, podem ser evitados. O câncer de estômago tem incidência exageradamente elevada em algumas regiões do mundo (Japão, China), enquanto o câncer de intestino prevalece em outras (Estados Unidos). Curiosamente, quando os japoneses emigram para os Estados Unidos, a incidência de câncer de estômago se reduz muitíssimo, e a de câncer de intestino aumenta de maneira progressiva.

Estudos comprovaram que a mudança de hábito alimentar, da comida japonesa para a dieta ocidental americana, determinou claramente o tipo de câncer que ocorreu nessa população migrante. Ficou demonstrada a possibilidade de influenciar o desenvolvimento de câncer por meio de mudanças de atitude. Muitos fatores relacionados ao modo de vida e à dieta das pessoas podem ter correlação com o desenvolvimento de um câncer.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Maconha também afeta pulmão

O aumento do uso de drogas, seja devido ao tráfico, seja pela liberação das mesmas em alguns países, faz com que o número de pessoas que as utilizam aumente a cada dia. Muitas são as conseqüências disso, entre elas podemos citar a dependência, o aumento do número de doenças transmitidas por seringas compartilhadas, doenças mentais, entre outras.

Um estudo publicado no Archives of Internal Medicine (2007) por pesquisadores na Escola de Medicina na Universidade de Case Western em Cleveland, Ohio, procurou avaliar qual a influência da maconha sobre os pulmões, assim como as possíveis complicações que esse hábito poderia provocar no sistema respiratório.

Para conseguir avaliar essas questões, os autores da pesquisa fizeram uma revisão de 34 artigos, publicados no Medline, PsychINFO e na EMBASE, de janeiro de 1966 a outubro de 2005.

Através da pesquisa, os cientistas perceberam que mesmo uma pessoa exposta por curtos períodos à maconha, já apresenta alterações pulmonares. Uma longa exposição aumentaria os sintomas de tosse, espirro e da produção de escarro, sugestivos de uma doença pulmonar obstrutiva (uma doença crônica e progressiva que se caracteriza por uma obstrução da passagem de ar pelos pulmões; juntamente a um quadro de bronquite e enfisema pulmonar).

Fonte: Archives of Internal Medicine

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Maconha também pode levar à depressão

"Canabióides" é um termo utilizado para um número incontável de substâncias encontradas na maconha. Segundo uma publicação, feita pelo The Journal of Neuroscience, em outubro deste ano, o uso de produtos como os canabióides, podem provocar efeitos distintos sobre a depressão, dependendo da quantidade consumida.

Essa observação foi feita por pesquisadores da Universidade de McGill, Canadá, os quais testaram em ratos os efeitos de canabióides sintéticos, em pequenas doses. Posteriormente, esses animais foram colocados em um tanque com água e comparados a outros, que não receberam essas substâncias.

Surpreendentemente, os ratos que utilizaram canabióides nadaram muito mais, antes de desistir, em comparação aos ratos que não os usaram. Entretanto, quando altas doses de canabióides eram administradas, os ratos desistiam de nadar bem mais rapidamente, em comparação aos que não receberam canabióides.

Segundo os pesquisadores, a utilização de baixas doses de canabióides, provoca a liberação de serotonina, uma espécie de antidepressivo produzido pelo cérebro. Contudo, quando altas doses são administradas, a produção da serotonina diminui significativamente, como se, por um estímulo excessivo, todo o estoque de serotonina se esgotasse.

Para Gabriella Gobbi, uma das investigadoras, os canabióides sintéticos podem ser vistos como bons antidepressivos, mas não recomenda o uso da maconha no tratamento de sintomas depressivos. Ela alerta que se usada em dose inadequada, essa substância pode levar a graves problemas, como um agravamento da depressão e o surgimento de psicose.

Fonte: The Journal of Neuroscience

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Intervenções psicológicas podem estimular usuários de maconha a abandonar o vício

O uso de drogas ilícitas é um grande problema, não apenas em saúde pública, mas também nos âmbitos sociais e legais. A utilização freqüente de substâncias tóxicas e entorpecentes acarreta diversos malefícios para a saúde do usuário, elevando-se o risco de complicações associadas a reações de abstinência e ao próprio efeito da droga de abuso no organismo.

Um grupo de pesquisadores norte americanos escreveu um estudo na revista Addiction, em Junho de 2007, no qual procuraram testar a efetividade de uma intervenção psicológica, na capacidade de modificar o comportamento de usuários de maconha, que vivenciaram conseqüências negativas devido ao seu vício. Participaram da pesquisa 188 adultos, de ambos os sexos, sabidamente viciados em maconha.

Os resultados apresentados revelaram que a utilização de uma técnica psicológica de recordação do evento negativo, relacionado ao consumo da droga, foi capaz de diminuir o número de dias na semana destinados ao consumo da maconha, bem como de minimizar os sintomas de abstinência nos participantes.

Assim, os autores concluem que a intervenção psicológica de recordação das experiências adversas, associadas com o uso de maconha, apresenta um potencial significativo na modificação do comportamento dos usuários desta substância. Este fato contribui sobremaneira para estimular o viciado a abandonar o consumo da droga.

Fonte: Addiction

domingo, 28 de junho de 2009

Usuários de maconha são mais propensos a problemas psicológicos

Pessoas que fumam maconha são ainda mais propensas a sofrer depressão, ansiedade e psicose do que aquelas que tomam estimulantes, como anfetaminas, segundo estudo nacional australiano. O novo levantamento mostrou que a influência da maconha na saúde mental era subestimada.

De acordo com os especialistas, cerca de 1,5 milhões de Australianos usaram a droga no ano passado, com 750 mil pessoas fumando semanalmente e 300 mil usando a droga todos os dias. Porém a pesquisa com mil médicos revelou que é muito raro o paciente falar com profissionais de saúde sobre uso de maconha – sendo mencionado em apenas 19 mil consultas por ano.

Entre os pacientes que mencionaram o uso de maconha, 48% tinham problemas psicológicos, incluindo 19% com depressão, 9% com psicose e 6% com ansiedade. Por outro lado, entre aqueles que admitiram o uso de estimulantes, apenas 31% apresentavam problemas similares, com taxas muito menores para cada condição, quando comparados aos usuários de maconha.

“Foi inesperado (o resultado), dado o que ouvimos sobre os sintomas psicóticos relacionados às anfetaminas, mas ele mostra que terrível impacto a cannabis está tendo sobre os usuários”, disse a pesquisadora Jan Coperland. “Os delírios, alucinações e paranóia podem ser muito estressantes e as pessoas estão sentindo isso”, completou.

Alguns estudos indicam que muitas pessoas não experimentam problemas maiores com o uso ocasional da droga, mas o uso mais regular pode levar à depressão, perda de memória, danos aos pulmões, impotência sexual e até ao encolhimento do cérebro. Por isso, os especialistas destacam a importância de essas pessoas consultarem um médico e falar com ele sobre o assunto.

Fonte: The Daily

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Estudo liga uso prolongado da maconha a um maior risco de infarto e derrame

O uso excessivo e prolongado da maconha pode aumentar os níveis de uma proteína específica ligada a um maior risco de ataque cardíaco e derrame, segundo estudo dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos. De acordo com pesquisadores, a apolipoproteína C-III, mais presente nos usuários da droga, estaria ligada a um aumento nos níveis de triglicérides no sangue.

Os especialistas destacam que diversas pesquisas se preocupam apenas com os efeitos da maconha no cérebro. Por isso, essa equipe de cientistas avaliou como o uso da droga afeta diversas partes do corpo.

A pesquisa mediu os níveis da proteína em 18 pessoas que usavam a droga em grande quantidade (entre 78 e 350 cigarros por semana) e há muito tempo e em 24 pessoas que não eram usuárias. E descobriu que os primeiros tinham 30% maiores níveis da proteína no sangue, em relação aos outros.

Os autores explicam que o componente ativo da maconha, conhecido como THC, parece estimular os receptores da maconha no fígado, levando a uma produção excessiva da proteína. Essa, por sua vez, está envolvida no metabolismo de triglicérides, tipo de gordura encontrada no sangue e que, em grandes quantidades, contribuem para o endurecimento e entupimento das artérias, aumentando os riscos de derrame, infarto e doença cardíaca.

Fonte: ScienceNews

sábado, 20 de junho de 2009

Fumar maconha e ter intoxicação pelo chumbo?

Aqui está mais um motivo para dizer não às drogas: fumar maconha poderia levar à intoxicação pelo chumbo. Médicos na Alemanha relataram que um misterioso surto de intoxicação pelo chumbo estaria ligado a suprimentos de maconha contaminados pelo metal vendidos nas ruas.

Em uma carta ao New England Journal of Medicine, Franziska Busse, MD, do Hospital Universitário de Leipzig e colegas relataram uma intrigante ocorrência com sintomas de intoxicação pelo chumbo durante um período de 3 a 4 meses, em indivíduos com idades compreendidas entre os 16 e os 33 anos. Vinte e nove pacientes atendidos em quatro diferentes hospitais tinham cólicas abdominais, náuseas, fadiga e anemia - sinais e sintomas clássicos de intoxicação pelo chumbo.

No entanto, a fonte do chumbo permaneceu inexplicável. Após oito semanas de investigação, Busse e colegas finalmente encontraram um elo comum: todos os pacientes admitiram fumar maconha regularmente.

Testes realizados nas sobras de maconha de alguns doentes revelaram vestígios de partículas de chumbo misturadas com folhas da planta. O grande tamanho das partículas de chumbo encontradas em um pacote sugeriu fortemente que o envenenamento talvez não resultasse da contaminação do solo. Busse escreve que a polícia suspeitou que os traficantes deliberadamente colocassem chumbo nos sacos de maconha num esforço para aumentar os lucros. O peso das partículas chumbo encontrado nos fornecimentos estudado levaria a um lucro adicional de cerca de 1.500 dólares por cada quilo de maconha vendida.

A intoxicação pelo chumbo pode ter efeitos graves sobre várias partes do corpo. O chumbo pode danificar o sistema nervoso, a fertilidade, e levar a problemas de memória e concentração. A intoxicação grave pelo chumbo pode levar à morte. Fumar partículas de chumbo é particularmente perigoso, pois permite que o metal seja facilmente absorvido pelas vias respiratórias.

Fonte: New England Journal of Medicine

terça-feira, 16 de junho de 2009

Fumar maconha aumenta os riscos de câncer nos testículos, diz estudo

Um estudo publicado na revista especializada Cancer indica que os fumantes de maconha têm um maior risco de desenvolver câncer nos testículos. Os resultados indicaram que aqueles que eram fumantes da droga no momento do diagnóstico tinham 70% mais chances de ter câncer de testículo.

Segundo os especialistas do Centro de Pesquisas Fred Hutchinson, nos Estados Unidos, o risco seria particularmente elevado entre aqueles que fumavam a droga pelo menos uma vez por semana e naqueles que a usavam há muitos anos, desde a adolescência.

As análises indicaram que a associação com o uso da maconha poderia ser limitado ao câncer não-seminoma – tumores testiculares de rápido crescimento que tendem a afetar homens mais jovens, com idades entre 20 e 35 anos, e que representam 40% dos casos de câncer de testículo.

“O que os homens jovens devem saber é que, primeiro, nós sabemos muito pouco sobre as consequências de longo-prazo de fumar maconha, especialmente o de fumar excessivamente; e, segundo, nosso estudo oferece evidências de que o câncer testicular poderia ser uma das consequências adversas”, alertaram os especialistas.

Fonte: Cancer

Consumo de maconha pode piorar quadros de psicose

A maconha é uma das drogas ilícitas mais consumidas no mundo. Seus efeitos sobre o organismo são extensamente estudados, especialmente os transtornos mentais que esta droga pode provocar no usuário. O uso de maconha associa-se à presença de distúrbios psiquiátricos, sobretudo o transtorno bipolar, conforme revelou um grupo de pesquisadores à revista Archives of General Psychiatry, em Janeiro de 2007. O trabalho teve por objetivo avaliar os efeitos que o consumo da maconha produz neste transtorno psíquico, bem como analisar a evolução de ambas condições após a hospitalização.

O estudo contou com a participação de 144 pessoas portadoras de transtorno bipolar tipo I (distúrbio maníaco-depressivo), com idades entre 12 e 45 anos.

Após 5 anos de acompanhamento dos voluntários, os autores chegaram à conclusão que
os efeitos produzidos pelo consumo de maconha, por indivíduos portadores de distúrbio bipolar são menos intensos que aqueles gerados pelo consumo de álcool por estes mesmos indivíduos. Porém, não se deve menosprezar o impacto negativo que o consumo de maconha produz no curso da doença.

O tratamento imediato e agressivo do vício, já na primeira hospitalização, associou-se a melhores resultados, inclusive com maior taxa de abandono do consumo da maconha e melhor controle do transtorno bipolar.

Fonte: Arch Gen Psychiatry

Maconha pode passar para o bebê pelo leite materno, alertam especialistas

Mulheres que fumam maconha no período em que estão amamentando passam a droga para o bebê através do leite, segundo especialistas americanos. “Há uma maior concentração de maconha no leite materno do que na corrente sanguínea da mãe, então esses bebês estão recebendo uma grande quantidade de maconha”, disse a enfermeira Sarah Kabalka, especializada em vício de drogas, ao jornal New York Daily News.Os especialistas destacam que, assim como a nicotina, no cigarro comum, as substâncias da maconha são excretadas no leite materno. E alguns estudos sugerem que os bebês expostos no útero apresentam consequências neurológicas.

Para piorar o quadro dos bebês cujas mães fumam durante a gestação e amamentação, pesquisadores da Universidade do Mississipi confirmaram, em testes laboratoriais, que a maconha está três vezes mais forte do que há duas décadas, oferecendo ainda mais riscos para os fumantes ativos e passivos.

Usuários regulares da droga (que fumam várias vezes por semana) têm maior taxa de depressão e, se tiverem predisposição genética, podem se tornar facilmente viciados. Entre os homens, especificamente, fumar maconha pode levar à ginecomastia – aumento das mamas masculinas – e reduzir a qualidade do sêmen, reduzindo sua fertilidade.
Segundo Kabalka, como a droga está mais forte, ela tem um efeito mais potente e duradouro; e, quando você “começa a fumar maconha, não há como você saber quando perde o controle e se torna um viciado”.

Fonte: NY Daily News