domingo, 28 de junho de 2009

Usuários de maconha são mais propensos a problemas psicológicos

Pessoas que fumam maconha são ainda mais propensas a sofrer depressão, ansiedade e psicose do que aquelas que tomam estimulantes, como anfetaminas, segundo estudo nacional australiano. O novo levantamento mostrou que a influência da maconha na saúde mental era subestimada.

De acordo com os especialistas, cerca de 1,5 milhões de Australianos usaram a droga no ano passado, com 750 mil pessoas fumando semanalmente e 300 mil usando a droga todos os dias. Porém a pesquisa com mil médicos revelou que é muito raro o paciente falar com profissionais de saúde sobre uso de maconha – sendo mencionado em apenas 19 mil consultas por ano.

Entre os pacientes que mencionaram o uso de maconha, 48% tinham problemas psicológicos, incluindo 19% com depressão, 9% com psicose e 6% com ansiedade. Por outro lado, entre aqueles que admitiram o uso de estimulantes, apenas 31% apresentavam problemas similares, com taxas muito menores para cada condição, quando comparados aos usuários de maconha.

“Foi inesperado (o resultado), dado o que ouvimos sobre os sintomas psicóticos relacionados às anfetaminas, mas ele mostra que terrível impacto a cannabis está tendo sobre os usuários”, disse a pesquisadora Jan Coperland. “Os delírios, alucinações e paranóia podem ser muito estressantes e as pessoas estão sentindo isso”, completou.

Alguns estudos indicam que muitas pessoas não experimentam problemas maiores com o uso ocasional da droga, mas o uso mais regular pode levar à depressão, perda de memória, danos aos pulmões, impotência sexual e até ao encolhimento do cérebro. Por isso, os especialistas destacam a importância de essas pessoas consultarem um médico e falar com ele sobre o assunto.

Fonte: The Daily

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Estudo liga uso prolongado da maconha a um maior risco de infarto e derrame

O uso excessivo e prolongado da maconha pode aumentar os níveis de uma proteína específica ligada a um maior risco de ataque cardíaco e derrame, segundo estudo dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos. De acordo com pesquisadores, a apolipoproteína C-III, mais presente nos usuários da droga, estaria ligada a um aumento nos níveis de triglicérides no sangue.

Os especialistas destacam que diversas pesquisas se preocupam apenas com os efeitos da maconha no cérebro. Por isso, essa equipe de cientistas avaliou como o uso da droga afeta diversas partes do corpo.

A pesquisa mediu os níveis da proteína em 18 pessoas que usavam a droga em grande quantidade (entre 78 e 350 cigarros por semana) e há muito tempo e em 24 pessoas que não eram usuárias. E descobriu que os primeiros tinham 30% maiores níveis da proteína no sangue, em relação aos outros.

Os autores explicam que o componente ativo da maconha, conhecido como THC, parece estimular os receptores da maconha no fígado, levando a uma produção excessiva da proteína. Essa, por sua vez, está envolvida no metabolismo de triglicérides, tipo de gordura encontrada no sangue e que, em grandes quantidades, contribuem para o endurecimento e entupimento das artérias, aumentando os riscos de derrame, infarto e doença cardíaca.

Fonte: ScienceNews

sábado, 20 de junho de 2009

Fumar maconha e ter intoxicação pelo chumbo?

Aqui está mais um motivo para dizer não às drogas: fumar maconha poderia levar à intoxicação pelo chumbo. Médicos na Alemanha relataram que um misterioso surto de intoxicação pelo chumbo estaria ligado a suprimentos de maconha contaminados pelo metal vendidos nas ruas.

Em uma carta ao New England Journal of Medicine, Franziska Busse, MD, do Hospital Universitário de Leipzig e colegas relataram uma intrigante ocorrência com sintomas de intoxicação pelo chumbo durante um período de 3 a 4 meses, em indivíduos com idades compreendidas entre os 16 e os 33 anos. Vinte e nove pacientes atendidos em quatro diferentes hospitais tinham cólicas abdominais, náuseas, fadiga e anemia - sinais e sintomas clássicos de intoxicação pelo chumbo.

No entanto, a fonte do chumbo permaneceu inexplicável. Após oito semanas de investigação, Busse e colegas finalmente encontraram um elo comum: todos os pacientes admitiram fumar maconha regularmente.

Testes realizados nas sobras de maconha de alguns doentes revelaram vestígios de partículas de chumbo misturadas com folhas da planta. O grande tamanho das partículas de chumbo encontradas em um pacote sugeriu fortemente que o envenenamento talvez não resultasse da contaminação do solo. Busse escreve que a polícia suspeitou que os traficantes deliberadamente colocassem chumbo nos sacos de maconha num esforço para aumentar os lucros. O peso das partículas chumbo encontrado nos fornecimentos estudado levaria a um lucro adicional de cerca de 1.500 dólares por cada quilo de maconha vendida.

A intoxicação pelo chumbo pode ter efeitos graves sobre várias partes do corpo. O chumbo pode danificar o sistema nervoso, a fertilidade, e levar a problemas de memória e concentração. A intoxicação grave pelo chumbo pode levar à morte. Fumar partículas de chumbo é particularmente perigoso, pois permite que o metal seja facilmente absorvido pelas vias respiratórias.

Fonte: New England Journal of Medicine

terça-feira, 16 de junho de 2009

Fumar maconha aumenta os riscos de câncer nos testículos, diz estudo

Um estudo publicado na revista especializada Cancer indica que os fumantes de maconha têm um maior risco de desenvolver câncer nos testículos. Os resultados indicaram que aqueles que eram fumantes da droga no momento do diagnóstico tinham 70% mais chances de ter câncer de testículo.

Segundo os especialistas do Centro de Pesquisas Fred Hutchinson, nos Estados Unidos, o risco seria particularmente elevado entre aqueles que fumavam a droga pelo menos uma vez por semana e naqueles que a usavam há muitos anos, desde a adolescência.

As análises indicaram que a associação com o uso da maconha poderia ser limitado ao câncer não-seminoma – tumores testiculares de rápido crescimento que tendem a afetar homens mais jovens, com idades entre 20 e 35 anos, e que representam 40% dos casos de câncer de testículo.

“O que os homens jovens devem saber é que, primeiro, nós sabemos muito pouco sobre as consequências de longo-prazo de fumar maconha, especialmente o de fumar excessivamente; e, segundo, nosso estudo oferece evidências de que o câncer testicular poderia ser uma das consequências adversas”, alertaram os especialistas.

Fonte: Cancer

Consumo de maconha pode piorar quadros de psicose

A maconha é uma das drogas ilícitas mais consumidas no mundo. Seus efeitos sobre o organismo são extensamente estudados, especialmente os transtornos mentais que esta droga pode provocar no usuário. O uso de maconha associa-se à presença de distúrbios psiquiátricos, sobretudo o transtorno bipolar, conforme revelou um grupo de pesquisadores à revista Archives of General Psychiatry, em Janeiro de 2007. O trabalho teve por objetivo avaliar os efeitos que o consumo da maconha produz neste transtorno psíquico, bem como analisar a evolução de ambas condições após a hospitalização.

O estudo contou com a participação de 144 pessoas portadoras de transtorno bipolar tipo I (distúrbio maníaco-depressivo), com idades entre 12 e 45 anos.

Após 5 anos de acompanhamento dos voluntários, os autores chegaram à conclusão que
os efeitos produzidos pelo consumo de maconha, por indivíduos portadores de distúrbio bipolar são menos intensos que aqueles gerados pelo consumo de álcool por estes mesmos indivíduos. Porém, não se deve menosprezar o impacto negativo que o consumo de maconha produz no curso da doença.

O tratamento imediato e agressivo do vício, já na primeira hospitalização, associou-se a melhores resultados, inclusive com maior taxa de abandono do consumo da maconha e melhor controle do transtorno bipolar.

Fonte: Arch Gen Psychiatry

Maconha pode passar para o bebê pelo leite materno, alertam especialistas

Mulheres que fumam maconha no período em que estão amamentando passam a droga para o bebê através do leite, segundo especialistas americanos. “Há uma maior concentração de maconha no leite materno do que na corrente sanguínea da mãe, então esses bebês estão recebendo uma grande quantidade de maconha”, disse a enfermeira Sarah Kabalka, especializada em vício de drogas, ao jornal New York Daily News.Os especialistas destacam que, assim como a nicotina, no cigarro comum, as substâncias da maconha são excretadas no leite materno. E alguns estudos sugerem que os bebês expostos no útero apresentam consequências neurológicas.

Para piorar o quadro dos bebês cujas mães fumam durante a gestação e amamentação, pesquisadores da Universidade do Mississipi confirmaram, em testes laboratoriais, que a maconha está três vezes mais forte do que há duas décadas, oferecendo ainda mais riscos para os fumantes ativos e passivos.

Usuários regulares da droga (que fumam várias vezes por semana) têm maior taxa de depressão e, se tiverem predisposição genética, podem se tornar facilmente viciados. Entre os homens, especificamente, fumar maconha pode levar à ginecomastia – aumento das mamas masculinas – e reduzir a qualidade do sêmen, reduzindo sua fertilidade.
Segundo Kabalka, como a droga está mais forte, ela tem um efeito mais potente e duradouro; e, quando você “começa a fumar maconha, não há como você saber quando perde o controle e se torna um viciado”.

Fonte: NY Daily News

Abstinência de maconha pode causar síndrome tardia

Ex-dependentes apresentam vômitos e compulsão por banhos quentes após suspensão da droga

Durante muito tempo especialistas acreditavam que, diferentemente das dependências de cocaína e heroína, que quando têm o consumo interrompido provocam sintomas de abstinência como suor excessivo e tremores pelo corpo, a interrupção do uso de maconha não causava reações. Um artigo publicado no periódico World Journal of Gastroenterology, entretanto, traz evidências que podem abalar essa aparente certeza.

O médico Siva Sontineni, da Universidade Creighton, em Omaha, no estado americano de Nebraska, descreve uma síndrome tardia em ex-usuários crônicos de Cannabis caracterizada por vômitos intensos e recorrentes e ainda compulsão por banhos quentes, o que parece ser uma forma de aliviar a náusea. No artigo, o autor apresenta o caso de um jovem de 22 anos com sintomas muito semelhantes aos do distúrbio reconhecido pela primeira vez em pacientes australianos.

“Em todas as situações, o problema se manifestou anos depois da interrupção do uso da droga, o que pode explicar por que até hoje tenha passado despercebido dos médicos”, explica Sontineni. O mecanismo é desconhecido, mas suspeita-se que um tipo de receptor canabinóide no cérebro, relacionado ao sistema imunológico, possa estar de alguma forma envolvido na origem dos sintomas.

Fonte: Revista Mente e Cérebro

sábado, 6 de junho de 2009

Fumar maconha diariamente: um novo fator de complicação em portadores de hepatite C

A esteatose hepática (do fígado) é uma condição na qual ocorre um acúmulo de gordura no fígado. A esteatose, por si só, é considerada um quadro benigno, salvo exceções. Uma parte menor dos pacientes com esteatose pode evoluir com o quadro conhecido como esteato-hepatite não alcoólica. Ou seja, além da esteatose existem inflamação e fibrose no fígado.

Um novo estudo publicado na revista médica Gastroenterology em sua edição de fevereiro de 2008 indica que o hábito de fumar maconha todos os dias está associado ao aumento da gravidade da esteatose em doentes já portadores de hepatite C crônica.

Pesquisadores franceses investigaram a relação entre o uso de maconha e o grau de esteatose em doentes com hepatite C crônica não tratada. Um total de 315 pacientes consecutivos com hepatite C crônica não tratada submetidos a biópsia do fígado foi incluído no estudo, e foram obtidas histórias detalhadas de uso recente de maconha, tabaco e álcool.

Os pesquisadores verificaram que quase um terço dos pacientes que fumavam maconha diariamente tinha um grau marcante de esteatose, em comparação com 7,7% dos utilizadores ocasionais da droga, e 16,0% de não-usuários.

Na análise estatística realizada, o uso diário da maconha foi associado a uma duplicação da taxa de esteatose importante, enquanto que a utilização ocasional não teve efeito significativo.

Fonte: Gastroenterology