terça-feira, 31 de agosto de 2010

Fumantes gastam cerca de R$ 1,5 mil por ano só com cigarro

De acordo com um levantamento feito pela Pesquisa Especial de Tabagismo (PETab), o gasto com cigarro para um casal de fumantes pode chegar a R$ 1.495,20 por ano.
Na região Sudeste, as cifras podem alcançar R$1.543,20. A pesquisa, feita com base nos valores de 2008, reitera que o gasto médio dos fumantes por ano equivale a quase quatro salários mínimos (R$ 415,00 à época).
O levantamento ainda compara o montante despendido em cigarros anualmente com preços de eletrodomésticos, como TV de LCD de 32 polegadas (R$ 1.469,00, preço médio), um computador (R$ 1.300,00), ou uma geladeira duplex (R$ 1.400,00).
De acordo com o PETab, o gasto médio mensal com cigarros industrializados de fumantes acima dos 15 anos no Brasil foi de R$ 55,50. O estudo ainda aponta um aumento na possibilidade de consumo de cigarros por ano. Com base no preço mínimo do produto no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em 2008 seria possível adquirir 150 maços de cigarro mensais, número superior aos 112 maços em 2003 e 83 maços em 1996.
Perfil do fumante 
Apesar de apontar cifras altas no consumo do cigarro, o perfil do fumante médio tem ficado mais pobre. Segundo o Banco Mundial e o Conselho Econômico e Social das Nações Unidas, os maiores percentuais de fumantes no Brasil foram encontrados na população sem instrução, com 25,7%, e entre as pessoas de menor renda (21,3%).

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Dentistas devem incentivar pacientes a parar de fumar, diz especialista

Os danos que o cigarro causa ao organismo humano já são conhecidos de grande parte da população. Entretanto, o que muita gente ainda não sabe é que o cigarro promove e acelera o desenvolvimento de doenças bucais, principalmente por diminuir a capacidade de defesa do indivíduo nessa região, segundo especialistas. De acordo com a dentista Maristela Lobo, especialista em odontologia estética, uma substância derivada da nicotina denominada cotinina diminui a vascularização e o aporte sanguíneo à gengiva, ao osso que circunda os dentes e à mucosa oral. E isso diminui a possibilidade de defesa contra infecções, favorecendo a instalação silenciosa da doença periodontal.

Por essa razão, a especialista defende que os dentistas devem alertar os pacientes para os riscos do cigarro para a saúde bucal e incentivá-los a parar de fumar. “O nosso papel, enquanto profissionais de saúde, é informar, de maneira clara e objetiva, todos os prejuízos causados pelo cigarro na boca e na saúde geral, e motivar o paciente a parar de fumar, fornecendo ferramentas de ajuda à síndrome de abstinência, ou seja, à sensação de ansiedade e de perda que acompanha o abandono do vício nos primeiros meses”, ressalta.

De acordo com especialistas, além de o cigarro promover o surgimento de problemas bucais, ele prejudica o tratamento da doença periodontal, pois atrapalha a cicatrização. “O protocolo de tratamento é semelhante nos indivíduos não fumantes, embora tenha duas principais particularidades: a primeira é que os cirurgiões-dentistas darão início a uma campanha de apoio ao abandono do hábito e do vício; a segunda é que o paciente deve estar ciente de que a cicatrização em fumantes também é afetada pela falta de vascularização, gerando um atraso de duas a três semanas para o reparo completo de qualquer ferida cirúrgica intraoral”, explica a dentista.  

Hábito e vício

Os especialistas defendem que, quando o paciente relata que fuma de cinco a 10 cigarros por dia, ele está informando que o hábito é mais forte que o vício, portanto, é mais fácil largar o cigarro. Mas, se o indivíduo relata fumar uma quantidade superior a 20 cigarros por dia, o vício químico é caracterizado, dificultando o processo de parar de fumar.

De acordo com Maristela Lobo, se o paciente demonstra a “força do hábito” do cigarro, uma boa opção é o cigarro eletrônico - pequeno aparelho elétrico que produz fumaça, e que possui cartuchos que podem estar vazios ou carregados com diferentes níveis de nicotina. Porém, em indivíduos dependentes quimicamente da nicotina, o cigarro elétrico não parece ser suficiente. A dentista destaca que, nesses casos, deve-se obter auxílio médico, com indicação expressa do dentista, para que o indivíduo faça uso de medicações específicas para o controle da ansiedade.

Fonte: Estilo Press. Press release


Cigarro pode reduzir a ação de antibióticos, aponta estudo

Os antibióticos podem ter ação reduzida em fumantes, segundo recente estudo da Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic, em Campinas. Considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) fator de risco para mais de 50 doenças e responsável por 200 mil mortes por ano no Brasil, o cigarro, segundo o estudo, pode afetar de forma negativa a atuação de antibióticos e interferir na eficácia do tratamento proposto.

Avaliando, a biodisponibilidade (quantidade efetiva do medicamento) do antibiótico Metronidazol, receitado no tratamento de doenças periodontais e ginecológicas, os pesquisadores descobriram que o cigarro pode interferir na ação do antibiótico no organismo de fumantes, o que significa a alteração de sua metabolização e uma possível interferência na eficácia do tratamento de doenças com o uso deste medicamento. "É normal uma parte do medicamento ser perdida antes de ser utilizada. Mas o efeito do cigarro reduz ainda mais a quantidade do medicamento absorvida pelo organismo, quando ministrado via oral", explica Juliana Ramacciato, uma das orientadoras do estudo.

De acordo com os especialistas, a pesquisa indica que, para compensar a redução do efeito do medicamento no organismo, dentistas e médicos precisariam ministrar doses maiores do remédio para os pacientes fumantes. A nova dosagem implica, entretanto, no risco de potencializar seus efeitos colaterais, como alteração de paladar e diarreia.

Baseados nesses resultados, os pesquisadores destacam que mais estudos são necessários para confirmação, e recomendam que o melhor remédio é não fumar. "Planejamos fazer novas pesquisas que envolvam outros grupos de remédios, que também causam esse problema", informa a especialista.

Fonte: Ateliê da Notícia. Press release. 20 de agosto de 2010.