terça-feira, 30 de setembro de 2008

Maconha é mais cancerígena que tabaco, diz estudo

Cientistas da Nova Zelândia analisaram os efeitos cancerígenos da maconha e do tabaco e concluíram que, num período de dez anos, o consumo diário de um cigarro de maconha pode ter os mesmos efeitos nocivos que o de 20 cigarros de tabaco.

O estudo, realizado no Instituto de Pesquisa Médica da Nova Zelândia, será publicado na edição de fevereiro da revista científica European Respiratory Journal.

Segundo os cientistas, os resultados da pesquisa foram obtidos a partir do cruzamento de dados obtidos em entrevistas feitas com dois grupos de pessoas – um de pacientes com câncer de pulmão e outro formado por pessoas saudáveis - com menos de 55 anos de idade.

Os 79 participantes foram questionados sobre seus hábitos de consumo de álcool e maconha, a rotina de trabalho, histórico familiar e outros 320 fatores que podem influenciar na incidência da doença.

Ao analisar os dados dos entrevistados, os cientistas concluíram que o risco de desenvolver câncer de pulmão aumenta progressivamente de acordo com o tempo de consumo de maconha.

“Nos usuários de longa data, que fumavam pelo menos um cigarro de maconha por dia durante dez anos ou dois cigarros de maconha por dia durante cinco anos, o risco de câncer de pulmão aumentou em seis vezes, um resultado igual ao de pessoas que fumaram 20 cigarros por dia”, explica Beasley.

“Essa conclusão está de acordo com observações anteriores que mostram que a fumaça da maconha tem uma mistura de produtos tóxicos similar à do tabaco”, afirma Beasley.

Fumaça

Segundo os pesquisadores, o nível de elementos cancerígenos presentes na fumaça da maconha é duas vezes maior que o encontrado na fumaça de tabaco.

O estudo sugere que a forma habitual de fumar maconha, sem filtro, também contribui para o aumento dos danos.

“Tipicamente, a maconha se fuma em um cigarro sem filtro e seu consumidor inala a fumaça mais profundamente e por mais tempo. Isso aumenta a quantidade de fumaça inalada e aumenta em cinco vezes a concentração de elementos cancerígenos nos pulmões”, explica Beasley

O cientista afirma que a maconha “já pode ser responsabilizada por 5% dos casos de câncer de pulmão diagnosticados na Nova Zelândia”.

“Em um futuro próximo, poderemos observar uma epidemia de câncer de pulmão ligado ao consumo de maconha, principalmente em países onde o crescente consumo de maconha entre jovens adultos e adolescentes está se tornando um grande problema de saúde pública”, estima Beasley.

Fonte: BBC

Proibição de fumo 'levou 400 mil britânicos a largar cigarro'

A lei que proíbe o fumo em lugares públicos na Grã-Bretanha, introduzida há um ano, aumentou de forma dramática o número de pessoas que abandonaram o cigarro no país, segundo uma pesquisa.

O estudo, financiado pela entidade beneficente Cancer Research UK, de fomento à pesquisa sobre o câncer, estimou que cerca de 400 mil pessoas deixaram de fumar após a lei ter entrado em vigor.

Os pesquisadores calculam que isto poderia ajudar a salvar por volta de 40 mil vidas nos próximos dez anos.

Foram pesquisadas 32 mil pessoas. De acordo com o trabalho, desse grupo 5,5% das pessoas pararam de fumar nos nove meses que se seguiram à proibição. Nos nove meses anteriores à proibição, do grupo pesquisado 1,6% pararam de fumar.

Os pesquisadores concluíram que o aumento de pessoas que pararam de fumar se deu principalmente por causa da proibição do fumo em locais públicos e projetaram os números para a população total do país, chegando aos 400 mil.

Segundo o Departamento de Saúde britânico, o período de 12 meses posterior à entrada em vigor da legislação foi um sucesso, com quase 100% de obediência à lei pela população.

Mais Leis

O especialista da Cancer Research UK Robert West, autor da pesquisa, disse que não esperava tamanho impacto.

"Esses números mostram a maior queda no número de fumantes já registrada", disse. "O efeito tem sido o mesmo em todos os grupos sociais, pobres e ricos."

Jean King, diretor de controle de tabaco da organização, disse: "Os resultados mostram que as leis anti-fumo animaram os fumantes a deixar (o hábito)".

"Essas leis estão salvando vidas e não devemos esquecer que a metade de todos os fumantes morre de doenças relacionadas ao (consumo de) tabaco".

Outros estudos sugeriram que as vendas de cigarros caíram bruscamente no último ano, com 1,93 bilhão a menos de cigarros vendidos na Inglaterra e 220 mil a menos vendidos na Escócia.

Segundo o grupo que faz pressão para controle sobre o tabaco ASH, uma pesquisa feita pela entidade revelou que a maioria da população é hoje favorável a mais leis anti-fumo.

Entre as medidas estariam, por exemplo, uma proibição do fumo em carros com crianças e a abolição das máquinas que vendem cigarros.

A proibição do fumo em lugares públicos no País de Gales entrou em vigor alguns meses antes da lei inglesa.

Dados publicados pela administração local indicam que o número de ataques cardíacos entre outubro e dezembro de 2007 caiu 13% em relação ao mesmo período no ano anterior.

Fonte: BBC

Cigarro de maconha 'causa os mesmos danos de 5 de tabaco'

Um único cigarro de maconha pode causar aos pulmões os mesmos danos de cinco cigarros de tabaco, revelou uma pesquisa realizada na Nova Zelândia.

O estudo, liderado por uma equipe do Instituto de Pesquisa Médica da Nova Zelândia, analisou os efeitos provocados pela maconha e o tabaco em 339 voluntários.

Os participantes foram divididos em quatro grupos: os que fumavam somente maconha, os que fumavam apenas tabaco, os usuários das duas substâncias e os não fumantes.

Os cientistas, cuja pesquisa foi publicada na revista Thorax, realizaram radiografias pulmonares e testes de respiração com os voluntários para averigüar o tamanho dos danos causados aos pulmões.

Eles perceberam que a maconha tinha afetado diretamente o sistema respiratório, reduzindo o número de bronquíolos - responsáveis pelo transporte de oxigênio e toxinas para dentro e para fora das veias do pulmão – e prejudicando a função dos brônquios, obstruindo a entrada de ar e forçando o pulmão a trabalhar mais.

Enfisema

Os usuários de maconha revelaram sintomas como assobios ao respirar, tosse, pressão no peito e expectoração.

“A maior descoberta é que um cigarro de maconha equivale de 2,5 a 5 cigarros de tabaco em termos de obstrução respiratória”, afirmaram os autores da pesquisa.

Para os estudiosos, o impacto causado pela droga se deve à forma como a substância é fumada: sem filtro e com tragadas profundas.

Entretanto, revelaram os cientistas, os que fumavam somente maconha não apresentaram enfisema, uma doença pulmonar que pode evoluir para uma insuficiência respiratória crônica e que anteriormente havia sido relacionada com o consumo da droga.

Uma pesquisa realizada recentemente por especialistas britânicos para testar os malefícios da maconha revelou que usuários da droga têm um risco 40% maior de sofrer de algum tipo de psicose - como esquizofrenia - do que não usuários.

Fonte: BBC

Maconha pode 'dobrar o risco de doenças mentais'

Fumar maconha pode dobrar os riscos de uma pessoa desenvolver doenças mentais como a esquizofrenia, diz um estudo realizado pela Universidade de Otago, na Nova Zelândia, e publicado na revista científica Addiction.


O grupo de pesquisadores acompanhou durante 25 anos mais de mil pessoas nascidas em 1977 - e analisou dados de uso de maconha entre os avaliados aos 18, 21 e 25 anos de idade.

Eles constataram que os usuários de maconha apresentam mais sintomas psicóticos do que os não usuários.

Segundo os cientistas, o aparecimento das doenças mentais poderia estar associado a mudanças químicas no cérebro dos usuários de maconha.

Os cientistas pedem que os dados da pesquisa sejam levados em consideração por autoridades médicas ao recomendarem o uso medicinal da substância.

Os pesquisadores levaram em conta ainda fatores como histórico familiar, incidência de problemas psicológicos e mentais e abuso de outras substâncias ilícitas entre os participantes da pesquisa.

"Mesmo com todos os fatores levados em consideração, a pesquisa sugere que o uso freqüente de maconha pode levar a um aumento do risco de sintomas psicóticos e até doenças mentais entre os usuários", disse David Fergusson, o chefe da pesquisa.

Fonte: BBC

Maconha prejudica fertilidade de homens, diz estudo

Homens que fumam maconha podem estar se tornando menos férteis, de acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade Queen, de Belfast, na Irlanda do Norte.

O estudo examinou o efeito do THC, a substância ativa da maconha, no esperma. Além de dificultar a chegada do sêmem no óvulo, a maconha prejudica outras funções do esperma como a habilidade de romper a camada protetora do óvulo.

A doutora Sheena Lewis, do departamento de obstetrícia e ginecologia da universidade, disse que a recente reclassificação da maconha na Grã-Bretanha – o governo colocou a substância na mesma categoria dos tranquilizantes – torna a pesquisa mais relevante.

"A necessidade de determinar os efeitos na fertilidade masculina é ainda maior, assim os homens podem tomar uma decisão consciente sobre fumar a droga”, disse Lewis.

Dois problemas

A idéia da pesquisa surgiu depois que os pesquisadores observaram que vários homens inférteis que se consultavam no hospital costumavam fumar maconha regularmente.

Lewis disse que experimentos recentes em animais sugerem que a maconha pode ser uma grande causadora de infertilidade e "as experiências em humanos reafirmaram isso", segundo a médica.

Um em cada seis casais na Grã-Bretanha é afetado por infertilidade, com 40% dos casos apresentando problemas com o esperma.

"Acredita-se que 3,2 milhões de pessoas no país fumam maconha, e esse número deve aumentar agora", afirmou Lewis.

"Juntando os dois problemas, acreditamos que o uso da droga vai aumentar os problemas de infertilidade masculina", concluiu a médica.

Fonte: BBC

Uso precoce de maconha levaria à dependência química

Pessoas que fumam maconha quando muito jovens têm mais probabilidade de desenvolver problemas com drogas e álcool mais tarde, de acordo com pesquisadores.

Num grande estudo feito com gêmeos australianos, pesquisadores constataram que aqueles que usaram maconha antes dos 17 anos tinham de duas a cinco vezes mais chances de usar outras drogas ou desenvolver dependência de álcool e drogas.

Os pesquisadores trabalharam com 311 pares de gêmeos do mesmo sexo. Em todos os casos, um dos irmãos começou a usar maconha antes dos 17 anos, e o outro não.

Esses gêmeos foram entrevistados quando tinham por volta de 30 anos e constatou-se que os que tinham começado a usar maconha mais cedo tinham altas taxas de problemas com álcool e outras drogas.

Dependência

Cerca de 46% contaram que se tornaram dependentes de maconha, e 43% se tornaram dependentes de álcool.

Os que usaram maconha mais cedo também apresentaram altas taxas para o uso de outras drogas, incluindo cocaína e outros estimulantes (48%), heroína e outros opiáceos (14%) e alucinógenos (35%).

Essas taxas são entre 1,8 e 5,2 vezes mais altas do que as observadas em gêmeos que não usaram maconha antes dos 17 anos.

"Na verdade estávamos esperando que usando gêmeos e controlando os fatores genéticos e familiares, descobriríamos que a associação entre o uso precoce e o abuso posterior desapareceria", disse o pesquisador Michael Lynskey, do Instituto de Pesquisas Médicas Queensland, em Brisbane, na Austrália.

"Mas esse estudo demonstrou que há mais relações entre as duas coisas do que pensávamos inicialmente", completou.

Razão desconhecida

Os pesquisadores disseram que a razão pela qual o uso precoce de maconha está ligado a problemas mais tarde não ficou clara.

"Freqüentemente se supõe implicitamente que a associação entre a maconha e outras drogas é farmacológica, que usar maconha muda o cérebro e faz o consumidor desejar outras drogas", afirmou Lynskey.

"Mas há um grande número de outros mecanismos potenciais, incluindo acesso a drogas, vontade de infringir a lei e predisposição de se envolver em comportamentos de risco", disse.

Muitos fatores influenciam a probabilidade de alguém desenvolver problemas com álcool e drogas.

Mas fatores como genética e circunstâncias familiares parecem ser semelhantes para gêmeos.

Assim, pesquisadores são mais capazes de chegar a conclusões significativas quando examinam outros fatores, como a influência do uso precoce de drogas leves no desenvolvimento de outros problemas.
A pesquisa foi publicada no Journal of the American Medical Association.

Fonte: BBC