sábado, 25 de outubro de 2008

M A C O N H A


Sinônimos: HASHISH; BANGH; GANJA; DIAMBA; MARIJUANA; MARIHUANA THC (TETRAHIDROCANABINOL)


Um pouco de história

A maconha é o nome dado aqui no Brasil a uma planta chamada cientificamente de Cannabis sativa. Em outros países ela recebe diferentes nomes como os já mencionados. Ela já era conhecida há pelo menos 5.000 anos, sendo utilizada quer para fins medicinais quer para "produzir risos". Talvez a primeira menção da maconha na nossa língua tenha sido um escrito de 1.548. Até o início do presente século, a maconha era considerada em vários países, inclusive no Brasil, como um medicamento útil para vários males. Mas também eram já utilizadas para fins não médicos por pessoas desejosas de sentir "coisas diferentes", ou mesmo utilizavam-na abusivamente. Conseqüência deste abuso, e de certo exagero sobre os seus efeitos maléficos, a planta foi proibida em praticamente todo mundo ocidental, nos últimos 50-60 anos. Mas atualmente, graças às pesquisas recentes, a maconha (ou substâncias dela extraídas) é reconhecida como medicamento em pelo menos duas condições clínicas: reduz ou abole as náuseas e vômitos produzidos por medicamentos anti-câncer e tem efeito benéfico em alguns casos de epilepsia (doença que se caracteriza por convulsões ou "ataques"). Entretanto, é bom lembrar que a maconha (ou as substâncias extraídas da planta) tem também efeitos indesejáveis que podem prejudicar uma pessoa.

O THC (tetrahidrocanabinol) é uma substância química produzida pela própria maconha, sendo o princípio responsável pelos efeitos da planta. Assim, dependendo da quantidade de THC presente (o que pode variar de acordo com o solo, clima, estação do ano, época de colheita, tempo decorrido entre a colheita e o uso) a maconha pode ter potência diferente, isto é, produzir mais ou menos efeitos. Esta variação nos efeitos depende também da própria pessoa que fuma a planta: todos nós sabemos que há grande variação entre pessoas; de fato, ninguém é igual a ninguém! Assim, a dose de maconha que é insuficiente para um pode produzir efeito nítido em outro e até uma forte intoxicação num terceiro.

Efeitos da maconha

Para bom entendimento é melhor dividir os efeitos que a maconha produz sobre o homem em físicos (ação sobre o próprio corpo ou parte dele) e psíquicos (ação sobre a mente). Esses efeitos físicos e psíquicos sofrerão mudanças de acordo com o tempo de uso que se considera, ou seja, os efeitos são agudos (isto é, quando decorrem apenas algumas horas após fumar) e crônicos (conseqüências que aparecem após o uso continuado por semanas, ou meses ou mesmo anos). Os efeitos físicos agudos são muito poucos: os olhos ficam meio avermelhados (o que em linguagem médica chama-se hiperemia das conjuntivas), a boca fica seca (xerostomia) e o coração dispara de 60-80 batimentos por minuto pode chegar a 120-140 ou até mesmo mais (taquicardia).
Os efeitos psíquicos agudos dependerão da qualidade da maconha fumada e da sensibilidade de quem fuma. Para uma parte das pessoas os efeitos são: uma sensação de bem-estar, acompanhada de calma e relaxamento, sentir-se menos fatigado, vontade de rir (hilaridade). Para outras pessoas os efeitos são mais para o lado desagradável: sentem angústia, ficam aturdidas, temerosas de perder o controle da cabeça, trêmulas, suando. É o que comumente chamam de "má viagem" ou "bode".

Há ainda evidente perturbação na capacidade da pessoa em calcular tempo e espaço e um prejuízo na memória e atenção. Assim sob a ação da maconha a pessoa erra grosseiramente na discriminação do tempo tendo a sensação que se passaram horas quando na realidade foram alguns minutos; um túnel com 10 metros de comprimento pode parecer ter 50 ou 100 metros.
Quanto aos efeitos na memória eles se manifestam principalmente na chamada memória de curto prazo, ou seja, aquela que nos é importante por alguns instantes. Pessoas sob esses efeitos não conseguem, ou melhor, não deveriam executar tarefas que dependem da atenção, bom senso e discernimento, pois, correm riscos de prejudicar outros e/ou a si próprio. Como exemplo disso: dirigir carro, operar máquinas potencialmente perigosas.

Aumentando-se a dose e/ou dependendo da sensibilidade, os efeitos psíquicos agudos podem chegar até às alterações mais evidentes, com predominância de delírios e alucinações. Delírio é uma manifestação mental pela qual a pessoa faz um juízo errado do que vê ou ouve; por exemplo. Sob ação da maconha uma pessoa ouve a sirene de uma ambulância e julga que é a polícia que vem prendê-la; ou vê duas pessoas conversando e pensa que ambas estão falando mal ou mesmo tramando um atentado contra ela. Em ambos os casos, esta mania de perseguição (delírios persecutórios) pode levar ao pânico e, conseqüentemente, a atitudes perigosas ("fugir pela janela", agredir as pessoas conversando em "defesa" antecipada contra a agressão que julga estar sendo tramada). Já a alucinação é uma percepção sem objeto, isto é, a pessoa pode ouvir a sirene da polícia ou vê duas pessoas conversando quando não existe quer a sirene quer as pessoas. As alucinações podem também ter fundo agradável ou terrificante.

Os efeitos físicos crônicos da maconha já são de maior monta. De fato, com o continuar do uso, vários órgãos do nosso corpo são afetados. Não é difícil imaginar como irão ficar estes órgãos quando passa a receber cronicamente uma fumaça que é muito irritante, dado ser proveniente de um vegetal que nem chega a ser tratado como é o tabaco comum. Esta irritação constante, leva, a problemas respiratórios (bronquites), aliás, como ocorre também com o cigarro comum. Mas o pior é que a fumaça de maconha contém alto teor de alcatrão (maior mesmo que na do cigarro comum) e nele existe uma substância chamada benzopireno, conhecido agente cancerígeno. Outro efeito físico (indesejável) do uso crônico da maconha refere-se à testosterona. Esta é o hormônio masculino; como tal confere ao homem maior quantidade de músculos, a voz mais grossa, a barba, também é responsável pela fabricação de espermatozóides pelos testículos. Já existem muitas provas que a maconha diminui em até 50-60% a quantidade de testosterona. Conseqüentemente o homem apresenta um número bem reduzido de espermatozóides no líquido espermático (oligospermia) o que leva a uma infertilidade. Ou seja, o homem terá mais dificuldade de gerar filhos. Este é um efeito que desaparece quando a pessoa deixa de fumar a planta. É também importante dizer que o homem não fica impotente ou perde o desejo sexual; ele fica somente com uma esterilidade, isto é, fica incapacitado de engravidar sua companheira.
Há ainda a considerar os efeitos psíquicos crônicos produzidos pela maconha. Sabe-se que o uso continuado da maconha interfere com a capacidade de aprendizagem e memorização e pode induzir um estado amotivacional, isto é, não sentir vontade de fazer mais nada, pois tudo fica sem graça e sem importância. Este efeito crônico da maconha é chamado de síndrome amotivacional. Além disso, a maconha pode levar algumas pessoas a um estado de dependência, isto é, elas passam a organizar sua vida de maneira a facilitar o uso de maconha, sendo que tudo o mais perde o seu real valor.

Finalmente, há provas científicas de que se a pessoa tem uma doença psíquica qualquer, mas que ainda não está evidente (a pessoa consegue "se controlar") ou a doença já apareceu, mas está controlada com medicamentos adequados, a maconha piora o quadro. Ou faz surgir a doença, isto é, a pessoa não consegue mais "se controlar" ou neutraliza o efeito do medicamento passando a apresentar de novo os sintomas da doença. Este fato tem sido descrito com freqüência na doença mental chamada esquizofrenia.

Em um levantamento feito entre os estudantes de 1º e 2º graus das dez maiores cidades do país, em 1997, 7,6% declararam que já haviam experimentado a maconha e 1,7% declararam fazer uso de pelo menos 6 vezes por mês.
RESUMO

A maconha é pior que o cigarro. A longo prazo é dez vezes mais cancerígena que o tabaco.

A maconha tem 60% de substâncias altamente cancerígenas a mais que o tabaco: o benzantreceno e o benzopireno.

A maconha pode causar as mesmas doenças provocadas pelo tabaco, além de infecções generalizadas.

Seu uso prolongado pode ocasionar a sindrome amotivacional - a anulação da personalidade. A síndrome amotivacional consiste na falta de motivação para efetuar qualquer tarefa, desejos e anseios pessoais.

Uma pessoa que tenha problemas cardíacos pode ter um acidente cárdio vascular fatal - quando não suportar alteração excessiva dos batimentos cardíacos, provocada pelo THC - Tetrahidrocanabiol - substância ativa da maconha.

O THC atinge linfócitos, dimimuindo a atividade imunitária do organismo.

O THC em altas doses e longos períodos de uso, pode apresentar disturbios mentais tais como:

dificuldade de concentração, perda de memória e prejuízo da habilidade matemática.

O THC impede a síntese do DNA, que é material genético essencial para o metabolismo celular.

O THC interfere diretamente na produção, transmissão e armazenamento de transmissores - que são mensageiros químicos dos impulsos nervosos entre bilhões de células nervosas - componentes do cérebro e a medula espinhal.

A maconha vicia e provoca dependência psíquica - a dependência psíquica dificilmente mata, mas pode trazer sofrimentos tão intensos quanto a dependência física. Com base num levantamento, feito para saber quantos se viciam após experimentarem drogas, ficou constatado que 50% dos que provaram maconha ficaram viciados - (Içami Tiba).

A maconha provoca alterações eletro-encefalográficas, lentificando as ondas cerebrais.

A maconha diminui o mecanismo de rastreamento visual.

A maconha aumenta o tempo de resposta a um estímulo recebido.

A maconha prejudica (e aí faz perder) a noção de tempo e de espaço.

A maconha prejudica a noção de velocidade.

A maconha pode produzir ilusões, alucinações e delírios.

A maconha pode provocar ginecomastia no rapaz (desenvolvimento dos mamilos, próximos ao nível feminino).

Do ponto de vista social, as mais graves consequencias da maconha são: a diminuição da capacidade de manter relacionamentos afetivos e a diminuição da capacidade de estudo e trabalho.

O uso prolongado da maconha pode provocar uma redução no tamanho e peso da próstata e testículos, uma diminuição de testosterona e uma diminuição de espermatozóides. Na mulher pode trazer alterações hormonais, chegando até a inibição da ovulação. Tais alterações são reversíveis quando o uso é interrompido.

Estrutura Química

A Canábis contém aproximadamente 400 substâncias químicas, entre as quais destacam-se pelo menos 60 “canabinóides”, que são os responsáveis pelos seus efeitos psíquicos. Canabinóides Psicoativos - Os principais canabinóides psicoativos são o Delta-8-THC, Delta-9-THC.
Delta-9-THC - O Delta-9-tetrahidrocanabinol (Delta-9-THC) é o mais abundante e potente destes compostos, sendo o principal responsável pelos efeitos psicoativos e propriedades reforçadoras dos canabinóides.

Concentração Tóxica

A concentração tóxica de Delta-9-THC é estimada em torno de 20 a 30mg. Normalmente a concentração de Delta-9-THC nos cigarros ou “baseados” varia entre 2,5 a 20mg. Portanto, ao considerarmos que um cigarro contém 500mg de maconha (ou seja, 5mg de Delta-9-THC) serão necessários 4 a 8 cigarros por dia para atingir-se os efeitos tóxicos. Um cigarro de maconha com 250 a 500 mg é capaz, dentro de 15 minutos, de produzir uma intoxicação moderada.

Fonte: CEBRID

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