sexta-feira, 3 de junho de 2011

Idade, gênero e posição social afetam sucesso em parar de fumar


Segundo um novo estudo, não é todo mundo que consegue parar de fumar; existem diferenças significativas de sucesso a longo prazo em grupos específicos.
E o que afeta essa taxa de sucesso? Aparentemente, onde você mora, quantos anos você tem e se você é homem ou mulher.
A pesquisa, uma revisão de estudos publicados entre 1990 e 2007, queria estabelecer as taxas de sucesso na cessação do tabagismo (baseado em pessoas que procuraram programas de ajuda para parar de fumar).
Os resultados demonstram que os fumantes mais velhos são mais propensos do que os jovens a largar o cigarro (e não voltar), alguns homens parecem ter mais sucesso do que as mulheres, apesar do fato de que mais mulheres buscam ajuda, e pessoas mais desfavorecidas têm mais dificuldade em deixar de fumar.
Pesquisas internacionais já haviam sugerido que as mulheres são mais motivadas a largar o cigarro, mas os homens são mais propensos a ter sucesso.
Segundo os estudiosos, vários fatores parecem explicar as menores taxas de sucesso das mulheres, como a baixa confiança em conseguir parar de fumar, a inter-relação entre gênero e privação, e as diferenças no significado e papel do tabaco na vida de homens e mulheres.
Os pesquisadores também apontaram que as mulheres grávidas e os grupos mais desfavorecidos enfrentam desafios específicos quando se trata de parar de fumar. Fumantes grávidas que se inscrevem em programas de ajuda podem simplesmente suspender o tabagismo durante a gravidez, ao invés de parar completamente.
Essas fumantes são mais propensas a serem empregadas que fazem turnos, ou trabalhos manuais, e podem enfrentar múltiplos obstáculos que tornam largar o cigarro mais difícil, a longo prazo.
Há dificuldades semelhantes para os fumantes de áreas mais carentes, onde o tabagismo é mais prevalente. Em alguns casos, o tabagismo é muitas vezes entendido como a norma da região (o que dificulta seu abandonamento).
Enquanto as taxas de abandono são menores nas zonas mais desfavorecidas (52,6% contra 57,9% em outros lugares), a proporção de fumantes dessas áreas que procura ajuda é maior (16,7% contra 13,4%). Ou seja, no final das contas, o efeito líquido pode significar que uma maior proporção de fumantes relata sucesso em zonas menos favorecidas (8,8%) do que em áreas mais favorecidas (7,8%).
O Reino Unido é o único país do mundo que tem um serviço amplo e gratuito de apoio a quem quer parar de fumar.
Porém, levando em conta a descoberta da nova pesquisa, será que esses serviços funcionam? Por exemplo, já que gênero, etnia, classe, idade e nível de dependência afetam o sucesso no abandono do tabagismo, intervenções sob medida poderiam ajudar a melhorar essa taxa.

No caso de gestantes, estudos sugerem que o tratamento mais eficaz inclui formação sistemática de médicos para fazer parto em fumantes, visitas domiciliares flexíveis e tratamentos intensivos com várias sessões feitos por um pequeno número de funcionários dedicados.
Para que o governo atinja metas de saúde em relação ao cigarro, é necessário o desenvolvimento de intervenções inovadoras para grupos específicos de fumantes, e o reconhecimento de que a política de controle do tabaco terá de levar em conta os desafios que cada grupo enfrenta quando tenta parar de fumar. [ScienceDaily]

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