sábado, 9 de março de 2013

O fumo e a sobrevivência


Para quem gosta de morrer mais cedo, o cigarro é arma de eficácia incomparável. Ele reduz de tal forma a duração da vida que nenhuma medida isolada de saúde pública tem tanto impacto na redução da mortalidade quanto parar de fumar.

Acaba de ser publicado o levantamento mais completo sobre os índices de mortalidade em fumantes e ex-fumantes. Os dados foram colhidos entre 113.752 mulheres e 88.496 homens, de 25 a 79 anos de idade, acompanhados durante 7 anos.

Em média, os fumantes consumiam mais álcool, tinham nível educacional mais baixo e índice de massa corpórea menor do que o dos ex-fumantes e daqueles que nunca fumaram.

Cerca de 2/3 dos que foram ou ainda são fumantes adquiriram a dependência antes dos 20 anos, dado que explica o esforço criminoso da publicidade dirigida para viciar crianças e adolescentes.

As curvas de mortalidade revelaram que:

1 - Continuar fumando encurta 11 anos na vida de uma mulher e 12 anos na vida do homem.

2 - Comparado com os que nunca fumaram, o risco de morte de um fumante é três vezes maior. Mulheres correm riscos iguais aos dos homens, confirmando o adágio
"mulher que fuma como homem, morre como homem".

3 - Uma pessoa que nunca fumou tem duas vezes mais chance de chegar aos 80 anos. Na mulher de hoje, a probabilidade de sobreviver até essa idade é de 70%, número que cai para 38% nas fumantes. Nos homens esses valores são de 61% e 26%, respectivamente.

4 - A diferença de sobrevida é explicada pela incidência mais alta de câncer, doenças cardiovasculares, doenças pulmonares obstrutivo-crônicas (como o enfisema) e outras enfermidades provocadas pelo fumo. As causas de morte mais frequentes são câncer de pulmão, infarto do miocárdio e derrame cerebral.

5 - Na faixa de 25 a 79 anos de idade, cerca de 60% de todas as mortes são causadas pelo cigarro.

6 - O risco de desenvolver doenças pulmonares obstrutivo-crônicas nas mulheres que fumam é 22 vezes mais alto; nos homens é 25 vezes maior.

Foi analisado também o impacto de parar de fumar na redução da mortalidade.

1 - Quanto mais cedo alguém deixa de fumar, mais tempo vive.

2 - As curvas de sobrevida dos que se livraram do cigarro entre os 25 e os 34 anos de idade são praticamente idênticas às dos que jamais fumaram. Parar nessa faixa etária faz ganhar pelo menos 10 anos de vida.

3 - As curvas dos que pararam dos 35 aos 44 anos são um pouco mais desfavoráveis. Ainda assim, largar de fumar nessa fase permite viver nove anos mais.

4 - Comparados com os que nunca fumaram, ex-fumantes que pararam ao redor dos 39 anos ainda apresentam mortalidade 20% mais alta. Embora significante, esse número é pequeno em relação ao risco 200% maior que correriam se continuassem fumando.

5 - Parar de fumar dos 45 aos 54 anos reduz 2/3 da mortalidade geral e faz ganhar em média seis anos de vida. Os que o fazem entre 55 e 64 anos vivem em média quatro anos mais.

6 - O câncer de pulmão está associado ao maior risco de morte entre os ex-fumantes.

O fato de nas últimas décadas os fumantes terem aderido em massa aos assim chamados cigarros de baixos teores não alterou em nada a mortalidade.

No caso das doenças pulmonares obstrutivas, que evoluem com falta de ar progressiva, foi até pior: a incidência mais do que duplicou desde a década de 1980.

A explicação se deve às mudanças que a indústria introduziu na produção de cigarros: o uso de variedades de fumo geneticamente selecionadas para reduzir o pH da fumaça, o emprego de papel mais poroso e filtros com mais perfurações, tornaram menos aversivas, mais profundas e prolongadas as inalações, expondo aos efeitos tóxicos grandes extensões do tecido pulmonar.

Como o cigarro perde espaço no mundo industrializado, e em países como o Brasil, as multinacionais têm agido com agressividade nos mercados asiáticos e africanos, valendo-se da falta de instrução das populações mais pobres e da legislação frouxa que permite a publicidade predatória.

Os epidemiologistas estimam que essa estratégia macabra fará o número de mortes causadas pelo cigarro --que foi de 100 milhões no século 20-- saltar para 1 bilhão no século atual.

Fonte: Folha de São Paulo

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Quem usa adesivo ou remédio tem mais chance de parar de fumar, diz estudo


A taxa de sucesso dos que usam adesivo ou remédios para parar de fumar é muito maior do que a dos que tentam se livrar do cigarro sozinhos, afirma uma nova pesquisa publicada na revista especializada "Addiction".

Estudos anteriores mostravam dados conflitantes sobre a eficácia desse tipo de auxílio. Os "patches" e os remédios pareciam funcionar só em testes clínicos --na "vida real", o sucesso deles era muito baixo.

Mas o novo trabalho descobriu que alguns tratamentos aumentam em até seis vezes a taxa de sucesso da cessação do fumo.

"Fumantes no Reino Unido, Canadá, na Austrália e nos Estados Unidos têm mais chance de parar quando usam remédios ou adesivos", escreveu Karin Kasza, especialista em estatística do Instituto de Câncer Roswell Park, em Nova York, e líder do estudo.
Kasza e sua equipe entrevistaram mais de 7.400 fumantes nesses países a respeito de suas tentativas de parar de fumar.

Os participantes foram acompanhados para ver quantos conseguiam ficar sem cigarro por ao menos seis meses. Cerca de 2.200 deles usaram remédios receitados por médicos ou adesivos de nicotina. Os demais não usaram nada, só força de vontade.
Entre os que não usaram nada para parar, 5% conseguiram ficar sem cigarro por seis meses.

No grupo de usuários de adesivos de nicotina, 18% pararam por ao menos seis meses; entre os que tomaram o antidepressivo bupropiona, 15% pararam e, entre os usuários de vareniclina (Champix), 19% pararam por seis meses.

Depois de levar em conta fatores que influenciam a taxa de sucesso da cessação, como por quantos anos a pessoa havia fumado e quantos cigarros ela fumava por dia, os pesquisadores determinaram que a bupropiona e o adesivo aumentam em quatro vezes a taxa de sucesso dos que param de fumar em relação aos que não usam nada.
A vareniclina aumenta em seis vezes a chance de parar de fumar.

Entre os usuários de chiclete de nicotina, 8% ficaram sem fumar por seis meses ao menos.
Segundo o estudo, em geral, os fumantes que tentam largar o vício sem ajuda são mais jovens, têm menor renda, são menos dependentes da nicotina e têm maior confiança em sua habilidade de parar de fumar do que os fumantes que usam medicamentos.
A pesquisa, no entanto, não prova que os remédios e a reposição de nicotina são os responsáveis pela maior taxa de cessação do fumo, mas que quem usa esses auxílios tem mais chance de parar.

"A triste realidade é que, mesmo quando as pessoas usam esses medicamentos para parar, a recaída ainda acontece na maioria dos casos. É melhor do que nada, mas não é uma bala de prata", diz a pesquisadora.

Fonte: Folha de São Paulo

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Uso precoce de maconha piora a memória, diz estudo


Adultos que se tornam dependentes de maconha antes dos 18 anos tiveram resultados piores em testes de memória e inteligência do que não usuários, indica um estudo que acompanhou cerca de mil neozelandeses do nascimento até os 38 anos.

Durante esse tempo, os participantes da pesquisa, realizada por cientistas da Universidade Duke (EUA) e do King's College de Londres, foram submetidos a entrevistas periódicas, para dizer se estavam usando maconha e com que frequência, e a testes de QI (coeficiente de inteligência) e outros exames de memória, raciocínio, processamento visual, entre outros.

Segundo Terrie Moffitt, professora de psicologia e neurociência do King's College, a longa duração do estudo dá segurança para afirmar o risco trazido pela maconha para jovens e a relativa segurança de uso com início na idade adulta.


Antes dos 18 anos, o cérebro ainda está sendo remodelado para se tornar mais eficiente, por isso é mais vulnerável aos danos causados por drogas, diz a cientista.

Os usuários de maconha que já estavam dependentes aos 18 anos tiveram um declínio médio do QI (coeficiente de inteligência) de oito pontos entre os 13 e os 38 anos de idade. Uma pessoa normal marca cem pontos em teste de QI. Entre os não usuários, não houve declínio.

"Os participantes que não usaram maconha até chegarem à idade adulta e terem o cérebro completamente formado não tiveram esse declínio mental", diz Moffitt.


Foram levados em conta fatores como uso de álcool e de outras drogas e a escolaridade. Segundo Madeleine Meier, pesquisadora da Duke e também responsável pelo trabalho, a variável que fez a diferença foi o ponto de início do uso da maconha.

"A maconha não é inofensiva, especialmente para adolescentes. Uma pessoa que perde oito pontos de QI pode ficar em desvantagem depois." Números mais altos de QI são associados a maior renda e vida mais longa.

Segundo o 2º Levantamento Nacional de Álcool e Drogas, divulgado no início deste mês, dos 8 milhões de brasileiros que já usaram maconha, 62% o fizeram pela primeira vez antes de completar 18 anos e 37% (1,5 milhão) são dependentes da droga.


O psiquiatra Dartiu Xavier da Silveira, professor livre-docente da Unifesp e especialista em dependência química, destaca a metodologia cuidadosa do novo estudo, que dá mais força a achados anteriores mostrando a maior vulnerabilidade dos adolescentes à maconha.

"Nos adultos, as alterações neurocognitivas foram pequenas e reversíveis. Nos adolescentes, essas mudanças são mais detectáveis."

A reversão dos efeitos nocivos da maconha foi menor para quem começou a usar mais cedo e depois parou, mas, segundo Silveira, isso não deve servir para desencorajar o fim do vício. "Vale a pena parar. Sempre melhora um pouco."

O psiquiatra destaca que o declínio cognitivo, mesmo nos piores casos, foi pequeno, e que o efeito da maconha não é pior do que o causado pelo álcool, por exemplo.

Fonte: Folha de São Paulo


terça-feira, 14 de agosto de 2012

Brasil gasta R$ 21 bi para tratar doença relacionada ao tabaco


O Brasil gastou 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2011 para tratar doenças relacionadas ao tabaco, conforme levantamento feito pela ONG ACT (Aliança do Controle do Tabagismo). Os gastos somaram quase R$ 21 bilhões no ano passado. O Dia Nacional de Combate ao Fumo é lembrado hoje (29) em todo o país.

De acordo com os dados da ACT, 82% dos casos de câncer de pulmão no país são causados pelo fumo. Outros problemas de saúde também são provocados pelo cigarro: 83% dos casos de câncer de laringe estão relacionados ao tabagismo, 13% dos casos de câncer do colo do útero e 17% dos casos de leucemia mieloide.

No Distrito Federal, por exemplo, a arrecadação, em média, é R$ 6,2 milhões mensais com a venda de cigarros (o valor corresponde a 25% do preço por maço). Por outro lado, o governo local gasta R$ 18 milhões por mês com o tratamento de doenças vinculadas ao fumo, segundo o pneumologista e coordenador do Programa de Controle do Tabagismo da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, Celso Rodrigues.

Para o médico, os números mostram o impacto do vício na saúde. De acordo com Rodrigues, o tabagismo cria dependência química, física e psicológica, o que influencia no tratamento. "É muito importante que a pessoa entenda a relação dela com o cigarro. Ela tem que entender por que fuma, por que deseja parar de fumar e onde está a dificuldade, por que não parou até agora", explica.

A secretaria oferece terapia em grupo, durante um ano e três meses, em 62 unidades de saúde e em 47 empresas habilitadas a atender funcionários interessados em parar de fumar. Ações de prevenção e promoção de saúde também são promovidas em escolas.
Em média, 500 fumantes iniciam o tratamento nas unidades de saúde a cada mês. Cerca de 400 pacientes conseguem deixar o fumo, sendo que 200 têm recaídas durante a terapia --quando os pacientes são orientados a buscar a secretaria novamente caso voltem a fumar.

O cigarro vicia porque o principal componente --a nicotina-- faz com que o cérebro libere dopamina, hormônio que dá uma sensação agradável. O organismo do fumante passa a pedir doses maiores de nicotina para que a sensação se repita e a pessoa sente necessidade de fumar cada vez mais.

Os males causados pelo fumo não são apenas relacionados ao sistema respiratório. Segundo Mônica Andreis, vice-diretora da ACT, as pessoas ligam o cigarro somente ao câncer de pulmão. "Ele também causa câncer de bexiga, boca, língua, faringe, problemas de fertilidade e derrame cerebral."

Fonte: Folha de São Paulo

domingo, 29 de abril de 2012

Tabagismo e Terapia Comportamental

Ultimamente, as pessoas têm reconhecido os malefícios que o cigarro pode causar em suas vidas. Embora mostrem conhecer a total dimensão do comportamento de fumar, como as inúmeras doenças físicas e biológicas que estão associadas ao uso do tabaco, muitas ainda desconhecem a função que o comportamento de fumar assume em suas vidas.

Estudos epidemiológicos (que estuda a relação causa-efeito) têm apontado para uma associação entre o tabagismo e transtornos psicológicos, incluindo principalmente a depressão e ansiedade. Ao fazer uso do cigarro, os fumantes podem ter a sensação que o cigarro é uma fonte de prazer ou uma forma de controlar alguns comportamentos como fome, timidez ou estados de pressão no trabalho, por exemplo. Assim, quando fazem uso do cigarro costumam relatar que se sentem mais calmos e confiantes o que pode aumentar a frequência do comportamento de fumar.

Vale ressaltar que a compreensão dessas associações é fundamental para o tratamento, pois quando o uso do cigarro é interrompido, esses contextos são desencadeadores do “desejo” de consumir o cigarro. Por isso é muito importante compreender o que leva uma pessoa ao comportamento de fumar e também o que mantém esse comportamento. Ou seja, o mais importante não é compreender que uma pessoa fuma porque está ansiosa ou porque está sob pressão; e sim compreender o que causa esses comportamentos  e cuidar a partir da raiz do problema.

Tratamento

Em primeiro lugar o tabagismo não deve ser visto somente como uma dependência química, mas deve ser compreendido como um comportamento que é influenciado principalmente pelo contexto do próprio indivíduo. Isto pode ser evidenciado quando observamos que em determinados contextos e situações, a freqüência do consumo do cigarro é maior que em outros. Posto isso, na realização do tratamento, deve-se considerar todos os fatores que influenciam no consumo do cigarro. 



Para tanto, primeiramente, deve-se buscar uma análise detalhada do padrão de consumo do indivíduo, como, as situações que mais fuma, os horários, atividades associadas, sentimentos presentes ao consumo, dentre outros. Além disso, deve ser procurar investigar a presença de outros fumantes no seu ciclo social, pois a convivência com outros fumantes durante o início do tratamento pode dificultar no trabalho a ser realizado.

Também é importante estabelecer metas dentro do tratamento. Alguns cuidados deverão ser tomados, pois as circunstâncias as quais os indivíduos estão inseridos podem dificultar ou facilitar no tratamento. Por exemplo, períodos de muito estresse psicológico, sobrecargas de trabalho, horas contínuas de estudo, morte de parentes próximos, dificuldades nos relacionamentos amorosos e sociais, podem aumentar a ansiedade na vida do indivíduo e conseqüentemente a taxa de consumo do cigarro. Por outro lado, um planejamento detalhado, com metas bem estabelecidas de curto, médio e longo prazo, pode facilitar no tratamento, pois poderá diminuir a frustração e a ansiedade por uma mudança de acordo com o ritmo de cada pessoa.

Outra etapa é desenvolver comportamentos de enfrentamentos, ou seja, preparar os fumantes para enfrentarem situações, nas quais, podem se sentir mais ansiosos por não consumir cigarros. Isto também será fundamental para prevenir recaídas, fazendo necessário levantar as situações e os contextos nos quais os indivíduos sentem mais vontade de fumar. Deve-se trabalhar também, com atividades concorrentes ao uso do cigarro, dificultando assim o seu consumo. Como o engajamento em alguma atividade física, ou o monitoramento dos horários que os indivíduos poderão fazer uso do cigarro, assim ele deverá escolher entre duas atividades prazerosas para ele, como brincar com a filha ou sair para fumar.

A retirada gradual é a melhor maneira de se iniciar um trabalho com os fumantes, pois à medida que a pessoa vai parando, esta vai se engajando em novas atividades. Além disso, a diminuição gradual facilita na adaptação do organismo, abaixando as taxas de nicotina no organismo de forma mais suave. Para tanto, pode-se iniciar o tratamento restringindo os lugares que o indivíduo poderá fumar, os horários e aumentando gradativamente esses intervalos.
Deixar de fumar pode se constituir como uma tarefa difícil de ser realizada, por isso a busca por tratamento especializado pode facilitar e tornar a tentativa eficaz. Quando mais tentativas o fumante de engajar para romper com o consumo do cigarro, mais difícil pode-se tornar para ele conseguir parar. Assim, vale ressaltar também a necessidade de se estabelecer metas a serem alcançadas de forma que o próprio tratamento não acabe sendo mais um fator desmotivador.

Fonte: Elidio Almeida

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Dano de cigarros é instantâneo, diz estudo



O impacto do fumo a longo prazo já é conhecido e inclui doenças cardíacas e vários tipos de câncer. Agora uma pesquisa publicada no Chemical Research in Toxicology e noticiada pela BBC mostra que o cigarro prejudica o corpo depois de alguns minutos, e não com o passar dos anos. Isso acontece porque os produtos químicos que causam câncer se formam rapidamente após o trago. 


Os pesquisadores analisaram os níveis dos produtos químicos ligados ao câncer, hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAPs), em 12 pacientes após fumarem. Um HAP foi adicionado aos cigarros dos pacientes, e então foi transformado em outro produto químico que danifica o DNA e que pode causar câncer. A  pesquisa mostrou que esse processo demorou apenas 15 a 30 minutos para acontecer. 


"Esse estudo é único, é o primeiro a investigar o metabolismo de um HAP em humanos, especificamente vindo de inalação de fumaça de cigarro, sem interferência de outras fontes de exposição como poluição do ar e dieta", diz Stephen Hecht, da Universidade do Minnesota. Ou seja, para sentir os danos do cigarro não são precisos 30 anos, mas apenas 30 minutos. "Esse resultado deve servir como um forte aviso para quem está considerando começar a fumar", conclui ele. 

Fonte: HowStuffWorks

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Maconha causa 'caos cognitivo' no cérebro, diz estudo


A experiência, realizada em ratos, mostrou que a droga afeta a memória e a capacidade de tomar decisões


Memória: a ação constante e adequada dos neurônios no cérebro é fundamental para que o funcionamento da memória seja preservado (Thinkstock)
O consumo de maconha está associado a alterações na concentração e na memória que podem causar problemas neurofisiológicos e de conduta, indicou nesta terça-feira um estudo publicado pela revista Journal of Neuroscience. Os pesquisadores descobriram que a atividade cerebral fica descoordenada e inexata durante os estados de alteração mental com resultados similares aos observados na esquizofrenia.

O estudo, conduzido por cientistas da Universidade de Farmacologia de Bristol, na Inglaterra, analisou os efeitos negativos da maconha na memória e no pensamento. Segundo eles, a droga pode provocar redes cerebrais "desorquestradas".
Matt Jones, um dos autores da pesquisa, equiparou o funcionamento das ondas cerebrais ao de uma grande orquestra na qual cada uma das seções vai estabelecendo um determinado ritmo e uma afinação que permitem o processamento de informações e que guiam nosso comportamento. Para comprovar a teoria, Jones e sua equipe administraram em um grupo de ratos um fármaco que se assemelha ao princípio psicoativo da maconha, a cannabis, e mediram sua atividade elétrica neuronal.

Embora os efeitos nas regiões individuais do cérebro tenham sido muito sutis, a cannabis interrompia completamente as ondas cerebrais através do hipocampo e do córtex pré-frontal, como se as seções de uma orquestra tocassem desafinadas e fora de ritmo. Jones indicou que estas estruturas cerebrais são fundamentais para a memória e a tomada de decisões e estão estreitamente vinculadas à esquizofrenia.

Os ratos se mostravam desorientados na hora de percorrer um labirinto no laboratório e eram incapazes de tomar decisões adequadas. "O abuso da maconha é comum entre os esquizofrênicos, e estudos recentes mostraram que o princípio psicoativo da maconha pode provocar sintomas de esquizofrenia em indivíduos sãos", explicou Jones.
Fonte: agência EFE