sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Fumantes passivas, crianças podem sofrer com doenças respiratórias

Estudo realizado pelo Inca e UFRJ mostra que pelo menos sete brasileiros que não fumam morrem a cada dia por doenças provocadas pelo tabaco.

Segundo o estudo "Mortalidade atribuível ao tabagismo passivo na população urbana no Brasil", realizado pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) e pelo Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), as pessoas não -fumantes expostas à fumaça provocada pelo tabaco também têm a saúde prejudicada e podem desenvolver as mesmas doenças dos tabagistas. De acordo com os resultados da pesquisa, pelo menos sete brasileiros não-fumantes morrem a cada dia, ou mais de 2600 pessoas por ano, no país.

"O tabagismo continua sendo a causa de milhões de mortes no mundo e a expectativa é que esse número continue crescendo. Fumar perto de crianças faz com que estas sejam fumantes passivas e tenham pior qualidade de vida", conta o Dr. Roberto Rodrigues Jr., pneumologista do Delboni Auriemo Medicina Diagnóstica/ DASA.

"Contudo, ficaram de fora dessa estimativa pelo menos 40% dos óbitos, possivelmente associados ao fumo passivo, como a síndrome da morte súbita da infância e doenças respiratórias crônicas. Também não entraram na pesquisa os abortos provocados pelo tabagismo e morte súbita na infância", completa o pneumologista.

Fumar em ambientes com crianças pode gerar uma série de problemas à saúde, como maior risco de pneumonias, sinusites, amigdalites, asma brônquica, traqueobronquites e a indução ao hábito do tabagismo. Aos pais que têm dificuldade em parar com o vício, o aconselhável é fumar em locais onde a criança não transite. "Não adianta fumar em janelas ou portas, o ideal é que saia de casa e evite poluir o ambiente domiciliar", alerta Dr. Rodrigues Junior.

Existem diversos tipos de exames que auxiliam à diagnosticar as doenças acarretadas pelo tabaco, e o tratamento é feito basicamente por meio de acompanhamento médico e remédios.

A pesquisa estimou a proporção de óbitos considerando apenas as três principais doenças relacionadas ao tabagismo passivo: câncer de pulmão, doenças isquêmicas do coração e acidentes vasculares cerebrais. O objeto do estudo foi a população adulta, acima de 35 anos, e de 15 capitais do Brasil. É a primeira vez que um estudo desse gênero é realizado no País.

Fonte: Jornal O Serrano

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