quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Maconha - Mitos E Verdades Sobre A Cannabis Sativa

Desde que foram iniciadas pesquisas científicas sobre a maconha, especialistas de vários países relutavam em condená-la, por acharem que ela representava um risco menor para a saúde que o fumo ou a bebida. Mas, o que dizem atualmente os relatórios científicos em todos os países que se dedicaram em analisar os efeitos verdadeiros da maconha?

A Associação Americana de Medicina divulgou a seguinte nota:

“Não a dúvida alguma de que a maconha seja um tóxico perigoso. O órgão visado pela maconha é o cérebro. A intoxicação aguda pela maconha prejudica a aprendizagem, a memória e todo o desempenho intelectual. O consumo seguido pode interferir gravemente com o funcionamento psicológico, o desenvolvimento da personalidade e o amadurecimento emocional, sobretudo na infância e na adolescência. Os danos psicológicos podem ser permanentes. Até mesmo o uso moderado está relacionado com as psicoses, os estados de pânico e os distúrbios de comportamento entre os adolescentes.”

Caso você esteja viciado em maconha, é bom que saiba que a fumaça da maconha que você aspira, transporta mais de 400 venenos diferentes para dentro do seu organismo. Não se conhece todo o mal provocado por estes componentes químicos, mas sabe-se o suficiente para condenar-se o seu uso. De todo lixo que existe na maconha, uma substância química é a que produz o embalo pelo qual as pessoas pagam. O termo técnico é delta-9-tetrahidrocanabinol (sigla THC). Logo que entra no corpo, o THC vai para o tecido adiposo, penetra nas células do seu corpo, do fígado, dos rins, das glândulas e do sistema reprodutor. O THC contido num único cigarro de maconha permanece no seu organismo de três semanas a cerca de dois meses, perturbando seu cérebro, seus órgãos, suas glândulas e seu sistema de reprodução. Acaba destruindo a sua memória, arrasando sua capacidade de aprender e de compreender. Você então já não consegue acompanhar nenhuma idéia mais complexa, nem formular um pensamento elaborado.

Esta droga é tão forte que basta tomá-la uma só vez por mês para ter uma substância química ativa, venenosa, atuando no seu organismo 24 horas por dia. Brincar com a maconha é expor sua vida a um sério risco.

A pessoa viciada em maconha normalmente adquire um comportamento diferente das demais pessoas não viciadas. Em geral, quando um jovem passa a fumar a maconha habitualmente, ele abandona os amigos que não compartilham do mesmo vício. Veja que as más companhias são exatamente aquelas que compactuam com o erro de manter o vício.

A pessoa viciada em maconha não se interessa por esportes e seu rendimento escolar é sempre baixo. Ela perde a capacidade de concentração e de compreensão. Não é raro ter dificuldade em lembrar-se das coisas que tenha lido ou ouvido na escola. Sua mente fica ligada apenas em quando será o novo embalo ou a próxima festinha onde poderá usar a maconha livremente. É normal que o viciado esteja sempre sonolento e apático, sem vontade para atividades que exijam esforço físico.

O vício exige dinheiro para a sua manutenção, e os jovens que dependem dos pais financeiramente, vivem pedindo aumento de mesada ou inventando necessidades inexistentes, tais como: comprar livros, suplemento para pagar lanches, etc. Na verdade, todo dinheiro extra será para pagar pela maconha que se torna cada vez mais rara e cara para o novos consumidores. Os acidentes de carro ou moto passam a ser freqüentes entre os usuários da maconha. Em geral têm muita dificuldade em se livrar das infecções uma vez que seu sistema imunológico fica deficiente. Sentem dormência nos membros, no tronco e de um lado do rosto. Os olhos ficam injetados e muito sensíveis à luz, levando os viciados a trazerem um vidro de colírio para disfarçar a vermelhidão, ou adquirem o hábito de usar óculos escuros.

As pesquisas mostram que a maconha arrasa os pulmões e o sistema respiratório, levando os fumantes a tossir, chiar e sentirem dores no peito. O estado de humor de uma pessoa viciada em maconha sofre alterações bruscas: o riso incontido pode repentinamente transformar-se em depressão e hostilidade, sendo que, nos casos mais avançados, é comum surgir a paranóia.

Eis um relato feito por uma moça de 20 anos de nome Suely, sobre a sua relação com a maconha:

“Quando entrei para o colégio interno tinha apenas 11 anos de idade elevava uma bagagem repressiva da educação doméstica e o contato com outras garotas foi uma experiência marcante. Em casa, tinha aprendido a me comportar como uma menina boazinha, mas lá no colégio interno eu tinha liberdade para fazer todas as coisas que me haviam sido proibidas por meus pais. Embora as leis do colégio fossem igualmente rigorosas, eu não estava sozinha, tinha as colegas mais antigas que lá estudavam que me disseram o que era certo ou não fazer. Fumar maconha era uma das coisas que me disseram ser bacana fazer. Só uma garota realmente esperta fumava o tal baseado. Cigarro comum já era, elas me diziam. Meu primeiro cigarro de maconha foi uma experiência diferente mesmo. Sempre tivera curiosidade de saber como era entrar no embalo e um dia aceitei um baseado de uma garota viciada. Ela ensinou-me como prender a fumaça depois da tragada, para fazer efeito. No início fiquei meio tonta e perdi a noção do tempo. Nós estávamos no andar superior do internato junto a uma janela que dava para o pátio. Sob o efeito da erva, pensei naquele momento que era capaz de sair voando por ali. Foi necessário que me segurassem violentamente, pois meu desejo era o de pular pela janela aberta. As coisas pareciam enormes e eu pequenina. Minha visão e todos os meus sentidos ficaram modificados. Era uma sensação esquisita e anormal. Sentia medo de sermos surpreendidas pelas irmãs do internato, mas ao mesmo tempo desejava continuar aquela experiência. Foi a partir daquela data que passei a fazer uso sistemático da maconha até ser internada num hospital psiquiátrico com graves distúrbios psíquicos. Antes de adoecer gravemente eu sentia dores no peito e quando fumava maconha, meu coração disparava e eu sentia uma agonia mortífera. Lembro-me que certa ocasião fui socorrida às pressas na enfermaria do internato pois minha pressão sangüínea subiu tanto que desmaiei. A minha pulsação naquele dia chegou a 150 batidas por minuto e o médico advertiu-me sobre o risco de eu vir a sofrer um infarto. Aos 16 anos eu já havia mudado de escola 5 vezes e passado por três programas de reeducação. Meus pais não me queriam em casa, pois diziam que eu já estava pedida e que ficando em casa, contagiaria meus irmãos mais moços. Aos 17 anos fui morar com um rapaz também viciado e tive que me prostituir para conseguir dinheiro para alimentação e sobretudo para manter o vício maldito. Passávamos dias sem tomar banho e às vezes nem nos alimentávamos durante um dia inteiro. Até que conheci um grupo de ex-viciados que desejava nos ajudar e aos poucos fui me deixando conduzir, já que sabia ser iminente minha morte por inanição e pelas doenças que já estavam me destruindo, como ficou constatado meses depois num exame médico: eu tinha bronquite crônica e enfisema pulmonar em andamento. Não fosse a intervenção imediata do grupo de apoio aos viciados, e eu teria morrido antes de completar 19 anos. Hoje, aos vinte anos, sinto-me renascida pois antes eu não vivia, apenas vegetava inutilmente, dependente inteiramente do vício. Conquistei minha independência a custo de muito esforço. Hoje estou casada e já tenho planos de ter um bebê. Quero que ele nasça forte e saudável. Tenho um emprego e meu vício atual é atuar como voluntária em programas de reabilitação de viciados, quer seja em drogas alucinógenas ou prostituição. Estou conseguindo bons resultados.”

Como você pode ver nas entrelinhas do resumo deste relato da jovem Suely, a maconha não é inofensiva como querem seus apologistas. Os males oriundos do vício de fumar maconha é tão nocivo como os causadores por outras drogas. Dependerá unicamente da resistência orgânica de cada indivíduo, freqüência de uso da droga e quantidades consumidas por ver. Todas estas coisas levam inapelavelmente à desgraça física e mental dos viciados.

As clínicas médicas registram diariamente inúmeros atendimentos de urgência feito a pessoas que ingeriram um dose maciça de drogas, sendo que muitas pagam com a vida pelo uso de alucinógenos.

Relatos mais chocantes podem ser tomados em clínicas de reabilitação de drogados e mesmo dos familiares de muitos jovens que acabaram internados como loucos, u que morreram durante um embalo, pois como se sabe, 75% dos casos de morte por uso de drogas ocorrem por overdose.

Infelizmente não dispomos de estatísticas sobre o número de pessoas viciadas em maconha no nosso país, pois grande parte dos casos médicos são até encobertas pelas famílias dos viciados, com receio das repercussões sociais. Somente os casos de morte ou envolvendo o tráfico da maconha é que são relatados pela imprensa. Mas, basta que se saiba que anualmente centenas de toneladas da erva conhecida cientificamente por Cannabis sativa, a popular maconha, são queimadas pela polícia federal no Brasil. Nos Estados Unidos, uma pesquisa oficial mostrou que em 1981, cerca de 5 milhões de jovens entre os 12 e 17 anos puxavam o fumo. Sabe-se que os EUA, é o país com o maior e melhor programa antidroga do mundo.

Mas se a maconha faz tanto mal, porque os jovens estão consumindo-a com uma freqüência cada vez maior? Alguns sociólogos e estudiosos afirmam que o desprazer em viver concorre para levar os jovens às drogas, como uma espécie de fuga da realidade.

Para finalizar este artigo veremos mais algumas informações sobre a maconha, ao menos informar aos leitores, tudo que for importante sobre algumas drogas, sobretudo as mais populares, como é caso da maconha, cocaína e álcool.

A maconha é o nome comum que se dá ao preparado feito com folhas e flores da planta Cannabis sativa. Muitos usuários da maconha não sabem que para proteger as folhas da maconha, os traficantes recobrem as mesmas com uma cera onde são encontrados alcatrões e outras substâncias que têm ação cancerígena.

Num estudo feito com 28 jovens aparentemente saudáveis na Universidade da Califórnia, em Los Angeles, o Dr. Donald Tashkin, encontrou danos consideráveis nas funções pulmonares dos analisados. O mais curioso é que cada um dos 28 jovens fumaram uma média de cinco baseados diários durante 47 a 59 dias. A conseqüência do uso diário ou mesmo com algum intervalo de tempo, da maconha, acarreta o risco de câncer pulmonar. Experiências com ratos, em que os cientistas aplicaram condensados de fumaça de maconha em seus dorsos, apresentaram conclusões inequívocas de que a maconha leva ao desenvolvimento de células cancerígenas, pois todos os ratos de experiência produziram tumores cancerígenos no local em que receberam fumaça de maconha. Não resta portanto a menor dúvida que o cigarro de maconha é tão prejudicial às células pulmonares quanto o tabaco, pois as substâncias contidas na Cannabis sativa contribuem para o desenvolvimento de lesões pré-malignas e malignas.

Será que vale a pena correr-se o risco de desenvolver um tipo de câncer, perder-se a memória, reduzir-se a capacidade de raciocinar, adquirir deficiência imunológica, perder-se a força de vontade, envolver-se em acidentes por perda da normalidade dos sentidos, tudo isso por causa de uma viagem que pode não ter retorno?

A razão pela qual devemos lutar para acabar com o vício de fumar maconha é que ele não leva a nada importante, mas tão somente ao envolvimento com o pior tipo de pessoa que existe, que são os traficantes inescrupulosos.

A maconha é uma porta aberta para a entrada de outros tipos de drogas. Quando um indivíduo se vicia, entra em contato com um tipo de comunidade de consumidores e passadores da erva, e nela pode vir a conhecer outros tipos de drogas mais pesadas e mais letais, como a heroína, a cocaína e todo o lixo de alucinógenos. Fumar maconha pode ser um barato que sai muito caro para qualquer indivíduo. Não se trata aqui de zelar-se pela moral, mas tão somente de preservar a vida, a sanidade e a felicidade completa.

O indivíduo que se deixa convencer de que a maconha é um barato acabará por ver-se dominado, aniquilado e espoliado por ela. Tudo quanto relatei até aqui sobre este vício é apenas a ponta de um imenso iceberg que você conhecerá inteiramente até o final deste livro, e aprenderá o caminho para destruí-lo definitivamente.

Autor: Mathias Gonzalez, brasileiro e naturalizado australiano, autor de 132 livros dedicados à filosofia, psicologia e educação.

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