segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

F U M O

PRINCIPAIS BENEFÍCIOS PARA QUEM PÁRA DE FUMAR


  • Após 20 minutos – a pressão sangüínea e a pulsação voltam ao normal;
  • Após 2 horas – não há mais nicotina circulando no seu sangue
  • Após 8 horas – o nível de oxigênio no sangue normaliza-se;
  • Após 12 a 24 horas – seus pulmões já funcionam melhor;
  • Após 2 dias – seu olfato já percebe melhor os aromas e seu paladar já degusta melhor a comida;
  • Após 3 semanas – sua respiração torna-se mais fácil e a circulação melhora;
  • Após 1 ano – o risco de morte por infarto do miocárdio fica reduzido à metade;
  • Após 5 a 10 anos – o risco de sofrer infarto fica igual ao das pessoas que nunca fumaram


ALGUNS CONSELHOS PARA VENCER A VONTADE POR MAIS UM CIGARRO


  • Mude a rotina e a ordem com que você realiza suas atividades diárias (faça suas refeições em locais diferentes, não sente em sua cadeira “de sempre”, etc);
  • Após as refeições, levante, deixa e mesa rapidamente;
  • Escove sempre os dentes após as refeições;
  • Faça pequenos passeios sempre que possível;
  • Se alguém tentar convencê-lo a fumar, seja firme e recuse, tenha sua própria opinião sobre você, mantenha sua própria personalidade.



COMO ENFRENTAR RECAÍDAS


Alguns ex-fumantes só conseguiram parar de fumar após mais de uma tentativa. Tentar mais de uma vez é parte normal do processo. Uma recaída não é fracasso! Essa situação pode  estar ligada a estresse, pressão de amigos e situações de  hábito (gatilhos). A maioria das recaídas ocorre nos 3 primeiros meses após a parada. Algumas situações são especialmente importantes para evitar a recaída:

  • Álcool: considere parar de beber enquanto você está tentando parar de fumar;
  • Outros fumantes: tente conversar com os fumantes à sua volta, para que tentem parar junto com você, ou evite ficar perto deles quando estiverem fumando. Aos poucos, você terá de se habituar a conviver com fumantes;
  • Estados depressivos: muitas vezes, após parar de fumar, as pessoas sentem-se um pouco depressivas e ansiosas. Se isso persistir, fale com seu médico;
  • Sintomas de abstinência: seu corpo passará por inúmeras modificações após parar de fumar. Você pode ficar com a boca seca, tosse, garganta arranhando. Mantenha a sua mente longe dos cigarros.

COMO ENFRENTAR SEUS GATILHOS


Gatilho:  Seu chefe pediu-lhe que terminasse um grande volume de trabalho até às 5 horas da tarde.
Solução:  Não procure o cigarro. Pegue um lápis, faça um plano de trabalho e observe como conseguirá executá-lo.

Gatilho:  Você vai a uma festa, com bebidas alcoólicas e amigos que fumam.
Solução: Tente não beber. Se a vontade de fumar for demais, deixe a festa.

Gatilho: Você sente forte vontade de fumar após a refeição.
Solução:  Observe como o sabor da comida tem sido mais agradável desde que você parou de fumar. Você se impôs um desafio e deve vencê- lo.

Gatilho: Você está sentindo falta de algo em sua boca.
Solução: Tenha sempre à mão pequenos alimentos que não engordem, como balas diet, gomas de mascar diet, frutas secas, etc.; 

Atente para o fato de que esta solução é temporária. Em pouco tempo esses gatilhos serão só lembranças do passado.

domingo, 2 de janeiro de 2011

F U M O

TUDO O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE O FUMO




1) O hábito de fumar realmente faz mal à saúde?
Resp: O tabagismo é considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) a principal causa de morte evitável em todo o mundo. O total de mortes devido ao uso de tabaco atingiu a cifra de 4 milhões de morte por ano, o que corresponde a mais de 10 mil mortes por dia (estatística de 2001).

2) O que existe no tabaco que prejudica a saúde?
 Resp: O tabaco pode ser usado de  várias formas: inalação (cigarro, charuto, cachimbo, cigarro de palha); aspiração (rapé); mastigação (fumo-de-rolo), e é maléfico em todas elas. Mais de 4.700 substâncias tóxicas entram no organismo pelo  tabagismo, dentre elas inúmeras cancerígenas e pré-cancerígenas,  além da nicotina (que causa a dependência) e do monóxido de  carbono (gás venenoso, que sai do escapamento dos automóveis).


3) Como o cigarro atua no organismo?
Resp: A fumaça é inalada aos pulmões, de lá para a corrente sangüínea, chegando rapidamente ao cérebro (cerca de 8 segundos) e ao restante dos órgãos. A nicotina produz prazer, o que leva ao abuso e à dependência.  Há necessidade cada vez maior de sua ingestão, aumentando cada vez mais o número de cigarros consumidos.

4) Por que as pessoas começam a fumar?
Resp: A publicidade, dirigida principalmente aos jovens, passa a falsa imagem de que fumar está associado ao bom desempenho sexual e esportivo, ao sucesso, à beleza, à  independência e à liberdade, quando, na verdade, dá-se exatamente o  contrário, ou seja, tendência à impotência, piora do fôlego, envelhecimento precoce, dependência, gast financeiro absurdo.


5) Quais as doenças mais comuns causadas pelo cigarro?
Resp: O tabagismo é diretamente responsável por 30% das mortes por câncer em geral, 90% das mortes por câncer de pulmão, 25% das mortes por doença coronariana, 85% das mortes por doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema, bronquite) e 25% das mortes por doença cérebro-vascular. Além disso, aneurisma cerebral, trombose vascular, úlcera gástrica/duodenal, infecções  respiratórias, impotência sexual, hipertensão arterial e outras.


6) Existem outras desvantagens em ser fumante?
Resp: Os fumantes adoecem com uma freqüência duas vezes maior que os não fumantes, têm menor resistência física, menos fôlego e pior desempenho nos esportes e na vida sexual. Além disso, envelhecem mais rapidamente, ficam com os dentes amarelados, pele enrugada e impregnada pelo odor do fumo.

7) Quais os riscos para a mulher grávida?
Resp: A gestante fumante corre o risco de abortar, tem maior chance de Ter um filho de baixo peso, menor  tamanho e com defeitos congênitos. Os filhos de fumantes adoecem duas vezes mais do que os filhos de não fumantes.

8) O que é fumante passivo?
Resp: É o que inala a fumaça de derivados do tabaco, por conviver com fumantes em ambientes fechados.  Hoje estima-se que o tabagismo passivo seja a 3ª maior causa de morte evitável no mundo, subseqüente ao tabagismo ativo e ao consumo excessivo de álcool.


9) E os fumantes passivos correm riscos?
Resp: Ao fim do dia, em um ambiente poluído pela fumaça do cigarro, os não fumantes podem ter respirado o equivalente a 10 cigarros, correndo o risco de vir a Ter as mesmas doenças dos fumantes.

10) A ventilação nos ambientes pode eliminar a poluição tabagística ambiental?
Resp: Não. Embora uma boa ventilação possa ajudar a reduzir a irritação nos olhos, nariz e garganta causados pela fumaça, ela não elimina os componentes tóxicos. As áreas de fumantes (fumódromos) somente podem ajudar a proteger a saúde dos não fumantes quando são completamente isoladas, com sistema de ventilação separado, e quando os funcionários não precisam passar através dessa área.

11) Existem leis que protegem contra os riscos da exposição à poluição tabagística ambiental?
Resp: Sim, inúmeras, porém muito pouco obedecidas, infelizmente. Veja em anexo algumas delas.

LEGISLAÇÃO CONTRA POLUIÇÃO TABAGÍSTICA

FEDERAL

- Portaria Interministerial nº 3.257 (22/09/88) – recomenda medidas restritivas ao fumo nos ambientes de trabalho e cria fumódromos(áreas destinadas exclusivamente ao tabagismo, devidamente isoladas e com arejamento conveniente);

- Lei nº 9,294 (15/07/96) -  proíbe  o uso de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos, em recinto coletivo, privado ou público, tais como: repartições públicas, hospitais, salas de aula, bibliotecas, ambientes de trabalho, teatros e cinemas, exceto em fumódromos;

- Decreto nº 2.018 (01/10/96) – regulamenta a Lei  nº 9.294/96, definindo os conceitos de recinto coletivo e fumódromos;

- Portaria do Ministério da Saúde nº 2.818 (28/05/98) – proíbe fumar nas dependências do Ministério da Saúde, tanto as sediadas no Distrito Federal, como nos Estados e Municípios;

- Lei nº 10.167 (27/12/00) – altera a Lei 9.294/96, incluindo a proibição em aeronaves e demais veículos de transporte coletivo, além de proibir a venda por via postal, a distribuição de amostra ou brinde e a comercialização em estabelecimentos de ensino e de saúde; proíbe ainda a participação de crianças e adolescentes na publicidade de produtos derivados do tabaco;

- Lei nº 9.503 (23/09/97) – proíbe dirigir sob a influência de qualquer substância entorpecente ou que  determine dependência física ou psíquica, ou dirigir o veículo  com apenas uma das mãos, exceto quando deva fazer sinais regulamentares de braço, mudar a marcha do veículo, ou acionar equipamentos ou acessórios do veículo;

- Lei nº 8.069 (13/07/90) – Estatuto  da Criança e do Adolescente – proíbe vender, fornecer ou entregar, à criança ou ao adolescente, produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica;

MUNICIPAL (Rio de Janeiro)

- Lei nº 3.366 (20/03/02) – Proíbe o  fumo nos prédios e repartições do Município (estende-se a todos os locais onde funcionem serviços da Prefeitura, Câmara Municipal e Tribunal de Contas, sendo imóveis próprios, cedidos ou alugados. Os infratores estão sujeitos à advertência e a serem retirados do local. Em todos os lugares onde vigore a proibição prevista nesta Lei, deve  haver sempre a reserva de locais onde seja permitido fumar (publicado no D. O . de 03/04/02).

domingo, 5 de setembro de 2010

Casamento com fumante 'eleva em até 72% risco de infarto'


Analisando os dados de mais de 16 mil pessoas, a investigação estimou que um ex-fumante que se casa com alguém que fuma tem até 72% mais chances de ter um infarto que se fosse casado com um não-fumante.


No caso de pessoas que nunca fumaram, ser casado com fumantes aumenta os riscos em 42%, estimou a pesquisa, que sairá na edição de setembro da revista cientifica American Journal of Preventative Medicine.


Os pesquisadores não observaram aumentos de risco de infarto quando o cônjuge já largou o fumo, eles afirmaram.


Os dados de pessoas com mais de 50 anos foram tirados do levantamento nacional Health and Retirement Study (HRS) de 1992 1993, 1998 e 2004.


A incidência de infartos foi acompanhada em cada pessoa por em média 9.1 anos. Os cientistas ajustaram os modelos anulando outros fatores de risco, como idade, genética, renda, obesidade, uso de álcool e doenças que podem prejudicar o coração.


Embora o fumo passivo seja amplamente aceito como fator de risco para doenças coronárias, poucos estudos investigam a associação entre este fator e os riscos de infartos.


“Os benefícios à saúde de abandonar o fumo provavelmente se estendem para além do fumante individual”, escreveu, no artigo, a pesquisadora M. Maria Glymour, da Escola de Saúde Pública de Harvard.


"Também afeta seus cônjuges, com a potencial multiplicação dos benefícios ao se parar de fumar."

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Fumantes gastam cerca de R$ 1,5 mil por ano só com cigarro

De acordo com um levantamento feito pela Pesquisa Especial de Tabagismo (PETab), o gasto com cigarro para um casal de fumantes pode chegar a R$ 1.495,20 por ano.
Na região Sudeste, as cifras podem alcançar R$1.543,20. A pesquisa, feita com base nos valores de 2008, reitera que o gasto médio dos fumantes por ano equivale a quase quatro salários mínimos (R$ 415,00 à época).
O levantamento ainda compara o montante despendido em cigarros anualmente com preços de eletrodomésticos, como TV de LCD de 32 polegadas (R$ 1.469,00, preço médio), um computador (R$ 1.300,00), ou uma geladeira duplex (R$ 1.400,00).
De acordo com o PETab, o gasto médio mensal com cigarros industrializados de fumantes acima dos 15 anos no Brasil foi de R$ 55,50. O estudo ainda aponta um aumento na possibilidade de consumo de cigarros por ano. Com base no preço mínimo do produto no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em 2008 seria possível adquirir 150 maços de cigarro mensais, número superior aos 112 maços em 2003 e 83 maços em 1996.
Perfil do fumante 
Apesar de apontar cifras altas no consumo do cigarro, o perfil do fumante médio tem ficado mais pobre. Segundo o Banco Mundial e o Conselho Econômico e Social das Nações Unidas, os maiores percentuais de fumantes no Brasil foram encontrados na população sem instrução, com 25,7%, e entre as pessoas de menor renda (21,3%).

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Dentistas devem incentivar pacientes a parar de fumar, diz especialista

Os danos que o cigarro causa ao organismo humano já são conhecidos de grande parte da população. Entretanto, o que muita gente ainda não sabe é que o cigarro promove e acelera o desenvolvimento de doenças bucais, principalmente por diminuir a capacidade de defesa do indivíduo nessa região, segundo especialistas. De acordo com a dentista Maristela Lobo, especialista em odontologia estética, uma substância derivada da nicotina denominada cotinina diminui a vascularização e o aporte sanguíneo à gengiva, ao osso que circunda os dentes e à mucosa oral. E isso diminui a possibilidade de defesa contra infecções, favorecendo a instalação silenciosa da doença periodontal.

Por essa razão, a especialista defende que os dentistas devem alertar os pacientes para os riscos do cigarro para a saúde bucal e incentivá-los a parar de fumar. “O nosso papel, enquanto profissionais de saúde, é informar, de maneira clara e objetiva, todos os prejuízos causados pelo cigarro na boca e na saúde geral, e motivar o paciente a parar de fumar, fornecendo ferramentas de ajuda à síndrome de abstinência, ou seja, à sensação de ansiedade e de perda que acompanha o abandono do vício nos primeiros meses”, ressalta.

De acordo com especialistas, além de o cigarro promover o surgimento de problemas bucais, ele prejudica o tratamento da doença periodontal, pois atrapalha a cicatrização. “O protocolo de tratamento é semelhante nos indivíduos não fumantes, embora tenha duas principais particularidades: a primeira é que os cirurgiões-dentistas darão início a uma campanha de apoio ao abandono do hábito e do vício; a segunda é que o paciente deve estar ciente de que a cicatrização em fumantes também é afetada pela falta de vascularização, gerando um atraso de duas a três semanas para o reparo completo de qualquer ferida cirúrgica intraoral”, explica a dentista.  

Hábito e vício

Os especialistas defendem que, quando o paciente relata que fuma de cinco a 10 cigarros por dia, ele está informando que o hábito é mais forte que o vício, portanto, é mais fácil largar o cigarro. Mas, se o indivíduo relata fumar uma quantidade superior a 20 cigarros por dia, o vício químico é caracterizado, dificultando o processo de parar de fumar.

De acordo com Maristela Lobo, se o paciente demonstra a “força do hábito” do cigarro, uma boa opção é o cigarro eletrônico - pequeno aparelho elétrico que produz fumaça, e que possui cartuchos que podem estar vazios ou carregados com diferentes níveis de nicotina. Porém, em indivíduos dependentes quimicamente da nicotina, o cigarro elétrico não parece ser suficiente. A dentista destaca que, nesses casos, deve-se obter auxílio médico, com indicação expressa do dentista, para que o indivíduo faça uso de medicações específicas para o controle da ansiedade.

Fonte: Estilo Press. Press release


Cigarro pode reduzir a ação de antibióticos, aponta estudo

Os antibióticos podem ter ação reduzida em fumantes, segundo recente estudo da Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic, em Campinas. Considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) fator de risco para mais de 50 doenças e responsável por 200 mil mortes por ano no Brasil, o cigarro, segundo o estudo, pode afetar de forma negativa a atuação de antibióticos e interferir na eficácia do tratamento proposto.

Avaliando, a biodisponibilidade (quantidade efetiva do medicamento) do antibiótico Metronidazol, receitado no tratamento de doenças periodontais e ginecológicas, os pesquisadores descobriram que o cigarro pode interferir na ação do antibiótico no organismo de fumantes, o que significa a alteração de sua metabolização e uma possível interferência na eficácia do tratamento de doenças com o uso deste medicamento. "É normal uma parte do medicamento ser perdida antes de ser utilizada. Mas o efeito do cigarro reduz ainda mais a quantidade do medicamento absorvida pelo organismo, quando ministrado via oral", explica Juliana Ramacciato, uma das orientadoras do estudo.

De acordo com os especialistas, a pesquisa indica que, para compensar a redução do efeito do medicamento no organismo, dentistas e médicos precisariam ministrar doses maiores do remédio para os pacientes fumantes. A nova dosagem implica, entretanto, no risco de potencializar seus efeitos colaterais, como alteração de paladar e diarreia.

Baseados nesses resultados, os pesquisadores destacam que mais estudos são necessários para confirmação, e recomendam que o melhor remédio é não fumar. "Planejamos fazer novas pesquisas que envolvam outros grupos de remédios, que também causam esse problema", informa a especialista.

Fonte: Ateliê da Notícia. Press release. 20 de agosto de 2010.

domingo, 18 de abril de 2010

Os efeitos do cigarro sobre os dentes e a boca

Quais os perigos que a fumaça do cigarro representa para a saúde bucal?
 
O uso crônico de tabaco é considerado um fator de risco para uma série de doenças orais. Toda forma de uso de tabaco é comprovadamente prejudicial à saúde do homem e especialmente da boca. O consumo de cigarros, charutos ou produtos de tabaco mascado pode causar prejuízo à saúde bucal. A maioria das pesquisas encontradas na literatura é relacionada ao uso de tabaco na forma de cigarros.
Entre os principais danos à boca causados pelo fumo estão o câncer bucal, a doença periodontal e a halitose. O fumo também causa manchas nos dentes, língua e mucosas, deixando a boca com manchas escuras denominadas melanose do fumante. As defesas do organismo ficam diminuídas, tanto sistêmicas quanto locais, prejudicando a cicatrização de feridas e a osteointegração de implantes dentários.

O tabaco causa mau hálito?

Sim, os produtos da combustão do tabaco são uma das principais causas de mau hálito, também denominado halitose. Os odores da fumaça inalada são expelidos durante a fala e a respiração. O uso de cigarro, charuto, cachimbo, maconha ou tabaco mascado (fumo de rolo), associado a uma má higiene da boca, da língua e à presença de doença periodontal, pode tornar o hálito extremamente desagradável. Outro agravante é a diminuição do fluxo salivar (boca seca) causada por essas substâncias, diminuindo a “limpeza” fisiológica do próprio organismo, aumentando a halitose do paciente.

É possível perder os dentes devido ao fumo?

Sim, vários estudos comprovam a associação hábito de fumar com a doença periodontal. A doença periodontal é um processo inflamatório crônico da gengiva e/ou dos tecidos de suporte dos dentes, podendo levar à reabsorção óssea alveolar, ao aumento da mobilidade dental, à exposição das raízes e perda dos dentes.
A principal causa de doença periodontal é o acúmulo de placa bacteriana nas superfícies dos dentes. Essa placa é composta principalmente por bactérias que produzem toxinas que destroem os tecidos de suporte dos dentes (gengiva, cemento, osso e ligamento periodontal), causando gengivite (inflamação das gengivas) e periodontite (inflamação dos tecidos ao redor do dente). A periodontite, quando severa, afeta o osso, causando aumento da mobilidade e até mesmo a perda dos dentes.
O exato papel do tabaco sobre os tecidos periodontais tem sido amplamente investigado. Pesquisas afirmam que fumantes têm maior acúmulo de placa que não-fumantes e que as bactérias presentes nessa placa são mais agressivas, podendo causar formas mais graves de doença periodontal. Outros estudos afirmam que as toxinas presentes no cigarro podem induzir ou exacerbar a doença periodontal existente, além de prejudicar o tratamento, alterando a resposta imune local e diminuindo a ação dos fibroblastos na reparação dos tecidos lesados. A severidade da doença periodontal está relacionada com a duração e a quantidade de cigarros fumados por dia.

Por que a saúde bucal de um fumante é mais frágil do que a do não-fumante?

De acordo com o INCA, o consumo de tabaco causa aproximadamente 50 doenças diferentes e um fumante adoece em média 2 a 3 vezes mais que um não-fumante. Na composição do cigarro estão mais de 4.720 substâncias, dentre elas mais de 60 são capazes de causar danos ao nosso organismo. Na boca, o cigarro agride as células da mucosa e ainda diminui sua capacidade de cicatrização e de defesa, deixando-a mais sujeita à ação de agentes agressores como bactérias, vírus e fungos, além de conter substâncias carcinogênicas que aumentam a probabilidade do desenvolvimento de câncer bucal.

Por que os dentes e as gengivas escurecem?

Entre os componentes do cigarro está a nicotina, que se acumula nas superfícies dos dentes, causando uma pigmentação escura.
A pigmentação das mucosas é denominada melanose do fumante. A nicotina do cigarro estimula a produção de melanina, causando manchas acastanhadas, principalmente nas gengivas dos fumantes de cigarro e nas comissuras e nas bochechas dos fumantes de cachimbo. As mulheres são mais afetadas, e tem sido sugerido que tal fato se deva aos hormônios femininos. As pigmentações ocorrem mais em fumantes inveterados. Com a cessação do hábito de fumar as manchas na mucosa desaparecem gradativamente, mas pode levar até três anos para que isso ocorra.

O cigarro pode provocar problemas na salivação?

Sim. A saliva tem um papel importante na proteção da boca, do epitélio gastrointestinal e da orofaringe. Em sua composição estão substâncias que participam da limpeza da boca e do equilíbrio da microflora bucal. A diminuição de saliva aumenta o risco de cáries e a propensão à candidose bucal.
O cigarro causa diminuição na secreção salivar, deixando uma sensação de boca seca, denominada xerostomia. Esse sintoma provoca dificuldade na mastigação, deglutição e fonação, além de tornar a mucosa bucal mais sensível, podendo surgir feridas na boca e fissuras na língua.
Um estudo do Instituto de Tecnologia Technion-Israel, em Haifa, recriou os efeitos do cigarro em células cancerígenas na boca. Metade das amostras foi exposta somente ao fumo e outra a uma mistura de fumo e saliva. Os pesquisadores constataram que o cigarro combinado com a saliva produz mais danos às células que o cigarro separadamente.

O hábito de fumar pode causar que tipos de câncer na região da boca e da garganta?

O tabagismo está relacionado aos cânceres de lábio e da cavidade bucal (câncer de boca), faringe, laringe e esôfago. Dependendo do tipo e da quantidade de tabaco usado, os fumantes apresentam uma probabilidade 4 a 15 vezes maior de desenvolver câncer de boca do que os não-fumantes. Se a pessoa deixa de fumar esse risco decresce, mas somente após 10 anos sem fumar terá o mesmo risco de desenvolver a doença que uma pessoa que nunca fumou.
A causa do câncer não tem um único fator definido. Ela depende de uma série de fatores sistêmicos, como doenças sistêmicas e deficiências nutricionais, e de fatores externos aos quais o indivíduo se expõe voluntariamente, como o fumo, o álcool e os raios solares. Entre os pacientes que morrem em decorrência de câncer da cavidade bucal, 90% são fumantes.
O câncer de lábio é mais freqüente em pessoas de pele clara que se expõe por muito tempo ao sol sem proteção. A grande maioria (90%) dos casos ocorre no lábio inferior e aparece como uma ulceração indolor, endurecida, rígida e encrostada no vermelhão do lábio inferior.
Na boca as áreas mais afetadas são a língua e o assoalho da boca. As lesões aparecem inicialmente como pequenas feridas indolores que não cicatrizam, aumentos de volume (caroços, inchaços) ou manchas esbranquiçadas ou avermelhadas.
De acordo com as estimativas do INCA para 2008, o câncer de boca está em 5º lugar em incidência no Brasil, seguido pelo câncer de esôfago.

Há mudanças no paladar?

Sim, o fumante tem alterações no olfato e no paladar dos alimentos. O fumo causa atrofia das papilas gustativas do dorso da língua, ocasionando diminuição do paladar, especialmente de alimentos salgados.

Há riscos de cárie?

Ainda não há uma comprovação científica de uma relação direta entre prevalência de cáries e fumantes. Existem algumas hipóteses que sugerem que as modificações na saliva causadas pelo fumo diminuem o potencial de remineralização e limpeza da saliva, aumentando o risco de cárie. Alguns estudos mostraram que fumantes têm maior quantidade de acúmulo de placa bacteriana que não-fumantes e uma higiene bucal mais deficiente, além de uma diminuição das defesas do organismo, o que leva a um maior risco de doença periodontal, expondo as raízes dos dentes ao meio bucal e à ação de bactérias cariogênicas.
Um estudo de 2003 nos Estados Unidos demonstrou uma associação entre tabagismo passivo e cáries nos dentes decíduos (de leite). O tabagismo passivo foi avaliado pelo nível de um derivado da nicotina, a cotinina, presente na saliva de crianças expostas à fumaça de cigarros. O nível socioeconômico, os hábitos alimentares e de higiene bucal dos dois grupos foram similares. Foi encontrado que nas crianças expostas ao cigarro o pH da saliva era significantemente mais ácido, o que pode causar maior desenvolvimento de cáries. O estudo também encontrou que aproximadamente 32% das crianças expostas ao cigarro tinham cáries nas superfícies de seus dentes de leite, comparado com 18% das crianças não expostas.

Quais os tratamentos para combater alguns efeitos do cigarro?

Mais importante que tratar é prevenir, é orientar o paciente dos riscos para sua saúde e dos que o cercam e orientá-lo a parar de fumar. O dentista tem que estar ciente de sua importância como profissional de saúde na colaboração em campanhas antitabagistas e no diagnóstico precoce de lesões bucais, aumentando a chance de cura dos pacientes e diminuindo as sequelas dos tratamentos.
O fumante deve realizar visitas ao dentista periodicamente, fazendo um acompanhamento dos dentes, gengivas e principalmente da mucosa bucal. Existem tratamentos periodontais e restauradores para limitar os danos causados pelo cigarro e pela má higiene bucal. As manchas nos dentes podem ser removidas por limpeza profissional e clareamento dental, desde que o paciente pare de fumar.
O Estomatologista é o profissional dentista especializado, capaz de identificar lesões cancerizáveis e realizar biópsias ou coleta de células da lesão para um correto diagnóstico e realização dos tratamentos necessários.
O autoexame é outra arma importante que o paciente tem na prevenção do câncer bucal. Ele é feito pelo próprio paciente diante de um espelho, em ambiente iluminado, inspecionando-se todas as superfícies da boca, principalmente parte posterior da língua e assoalho bucal. O paciente deve procurar:

- Feridas ou úlceras que não cicatrizem por mais de 15 dias;
- Manchas ou placas esbranquiçadas que não são removidas por raspagem;
- Manchas ou placas avermelhadas;
- Lesões nodulares, endurecidas;
- Inchaços na boca ou no pescoço.

Esse exame não substitui o exame feito por um profissional especializado. Mesmo se você não encontrar nenhuma alteração, não deixe de consultar um cirurgião-dentista pelo menos uma vez ao ano.

Para prevenir o câncer bucal o fumante deve:

Reduzir o uso do cigarro e se possível até mesmo abandoná-lo. Devemos lembrar que os danos são proporcionais à quantidade de cigarros fumados.
Evitar a associação do fumo com o álcool, pois este aumenta os efeitos nocivos do cigarro.
Ter uma alimentação saudável, consumindo frutas, legumes e verduras.
Realizar consultas periódicas com o dentista e manter uma boa higiene bucal.


Ana Cláudia Santos de Azevedo Izidoro é Graduada em Odontologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro; Especialista em Endodontia pela UFRJ; Mestre em Odontologia, área de concentração Estomatologia, pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná; Oficial Dentista (Capitão) do Exército Brasileiro, atuando nas clínicas de Endodontia e Estomatologia do Hospital Geral de Curitiba; Coordenadora do curso de especialização em Estomatologia do IPPEO - Instituto Paranaense de Pesquisa e Ensino em Odontologia.