domingo, 26 de abril de 2009

Tabagismo, as consequências do prazer! (Parte I)

Dr. Hilton Marcos Vilas Boas - Psiquiatra

O advento de um novo ano, normalmente serve para muitos de nós, como um marco para um balanço do que vivemos no último ano, e do que projetamos viver para o próximo. Em muitos casos, nos não atingimos as marcas estipuladas para cumprir durante o ano que passou, e agora é a oportunidade, de ao iniciar o ano, mantermos o foco para cumprir com os objetivos importantes não alcançados no ano findo, bem como propor outros que sejam relevantes para a nossa vida.

Um dos objetivos, que mais ouço, dos pacientes no consultório é o desejo de para de fumar, pois uma grande parte dos mesmos sabe o quanto fumar prejudica a saúde, bem como também acham que e fácil deixar de fumar, e podem parar a qualquer hora que desejarem. No entanto, a história não é bem assim, poucos são aqueles que na verdade tem a consciência real, dos problemas causados pelo fumo, não só a eles como a outros, como também o fato de que parar de fumar não é nada simples. Daí o porquê, resolvemos falar um pouco sobre o tabaco, na perspectiva de que possamos ajudar aqueles que têm esse objetivo para 2009.

O tabaco recebe o nome científico de Nicotiana Tabacum, e vamos encontrar na história, que o relato de uso do mesmo remonta a mais ou menos 1000 anos antes de Cristo (aC), nas populações indígenas habitantes do continente Americano, na região da América Central. Na Europa, os relatos históricos mostram que o tabaco, foi introduzido a partir do século XVI, a partir da França, pelo diplomata Jean Nicot, tendo o seu uso rapidamente se difundido no continente, ultrapassando seus limites geográficos, alcançando a Ásia e África, no século seguinte.

No século XIX o charuto começa a ser usado em terras da Espanha, como forma de ostentação, e ganha rapidamente difusão em todo o velho continente, atravessando suas fronteiras no século XX, e ganhando o mundo, principalmmente após a primeira guerra mundial.

Na história do aumento acentuado dos usuários do tabaco, um marco importante é a chegada de uma publicidade extremamente bem elaborada, de forma meticulosa, para atrair novos consumidores, o que foi atingido com pleno sucesso em meados do século passado.

O avanço do uso do tabaco tomou conta do mundo, com um marketing muito criativo, ostentativo e agressivo, ao ponto do contra senso das indústrias do ramo chegar a patrocinar determinadas modalidades de esporte, até algumas décadas passadas.

Somente por volta dos anos sessenta, surgem por intermédio da comunidade científica mundial, relatórios que faziam à correlação de doenças provocadas pelo uso do tabaco. A partir dessa época, estudos desenvolvidos em diversos centros científicos, do mais alto reconhecimento mundial, passam a comprovar diferentes problemas de saúde que acometem tanto o fumante, como as pessoas que estão expostas ao produto do ato de fumar, a fumaça.

No momento atual o tabaco é cultivado mundialmente, sendo responsável por uma atividade econômica que envolve milhões e milhões de dólares, além de empregar inúmeras pessoas, estando na contramão o inúmero exercito de indivíduos portadores de patologias devido ao uso do mesmo.

Apesar de toda a restrição ao uso do tabaco seja, pela limitação da publicidade, advertências ao risco à saúde que os consumidores estão expostos e da proibição do seu uso em vários ambientes, ainda assim o tabaco, que é considerado uma droga (droga lícita = que pode ser vendida no comercio, obedecendo algumas restrições, assim como a bebida alcoólica), e uma das mais consumidas no mundo.

Os efeitos danosos à saúde do ato de fumar, chamados tóxicos, ocorrem devido na queima de um cigarro ser liberadas mais de 4000 substâncias na forma de gases e partículas. Algumas têm propriedades irritativas e mais de 60 são conhecidas como carcinogênicas (que podem provocar câncer) em humanos e animais. Os componentes gasosos da fumaça são o monóxido de carbono (principal constituinte), o dióxido de carbono, a amônia, o formaldeído, a acroleína, a dimetilnitrosamina e o hidróxido de cianeto. A porção particulada da fumaça é constituída de nicotina, alcatrão, benzeno e benzopireno.

Os efeitos tóxicos do ato de fumar, vão se acentuando cada vez mais, de acordo com a maior freqüência e intensidade do usuário de tabaco, aumentando assim a possibilidade do surgimento de várias doenças, como por exemplo: pneumonia, alguns tipos de câncer, bronquite crônica e doença das coronárias. Não bastasse tais doenças, o uso do tabaco, comprovadamente eleva o risco de maior incidência, para a população fumante, do acometimento de doenças, como: angina, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral, em relação à população não fumante.

O pior dessa história, é que quando alguém fuma os agentes poluentes do cigarro, não prejudicam só a ele, pois a fumaça dispersada no ar, atinge o ambiente, e conseqüentemente quem esta por perto. Assim surge a figura do “Fumante Passivo”, indivíduo que não fuma, mas está exposto à fumaça do cigarro fumado por parentes, amigos ou colegas de trabalho.

O cigarro é o maior poluidor ambiental doméstico, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Como as pessoas passam em média 80% de seu tempo, em locais fechados, há grande risco de exposição excessiva as toxinas eliminadas pela fumaça do cigarro.

As pessoas com maior risco de serem “Fumantes Passivas”, e sofrerem as conseqüências dessa situação, são aquelas que moram com fumantes ou as que trabalham em ambientes onde é permitido fumar. Para termos uma noção exata da dimensão, de quanto o “Fumante Passivo” pode ser prejudicado, analisem esses dados: - “... Os filhos de pais que são fumantes, vão apresentarem com o passar do tempo, uma incidência três vezes maior de serem acometidos por infecções respiratórias, tipo sinusite, bronquite e pneumonia, em relação aos filhos de pais que não são fumantes...” – “... Aumento da taxa de mortalidade por doenças cardiovasculares entre 25 a 35%...”. Até a próxima, um 2009 FENOMENAL a todos, com a segunda parte desse tema, um 2009 FENOMENAL a todos.

Nenhum comentário: