sexta-feira, 10 de abril de 2009

Riscos do fumo passivo independem da distância, diz médico

FABIANA LEAL

Os prejuízos causados pelo fumo passivo não são medidos pela distância entre o não-fumante e o fumante, mas pelo local em que se encontram, diz o médico psiquiatra Ronaldo Laranjeira, PhD em dependência Química na Inglaterra e coordenador da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas (Uniad).

"Não é uma questão de distância, mas de ambiente. A fumaça se transforma em gases e fica invisível. É quem nem xixi numa piscina. A pessoa que estiver nela vai ter contato com o lado tóxico, seja em maior ou menor proporção", afirmou.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o fumo passivo é a terceira causa evitável de mortes no mundo. Estudo realizado pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) aponta que pelo menos sete indivíduos não-fumantes expostos involuntariamente à fumaça do tabaco morrem por dia no Brasil.

Doenças cardiovasculares
O médico disse que as implicações que o fumo passivo levam às pessoas são comprovadas por dezenas de estudos. Segundo ele, a exposição ao fumo passivo, quer seja por crianças cujos pais são fumantes ou por empregados expostos a fumaças em bares, restaurantes ou escritórios, tem um custo para a saúde. De acordo com o médico, o principal problema gerado pelo fumo passivo são as doenças cardiovasculares, e em segundo lugar, o câncer - não só de pulmão, mas de bexiga, estômago e mama.

Segundo Laranjeira, mulheres de fumantes têm 30% mais risco de desenvolver algum tipo de câncer, conforme dados de pesquisas internacionais. E os filhos de pais fumantes têm 50% mais chances de adquirir uma inflamação no ouvido e 60%, de ter asma.

Segundo o psiquiatra, na Inglaterra, não se pode mais fumar porque "as evidências são tão fortes no sentido de que a principal fonte de poluição nos ambientes fechados são as fumaças".

Impacto para bares
Para o médico, os bares e restaurantes não terão impacto econômico com essa proibição. "Nenhum pub inglês fechou pela proibição do cigarro. Mesmo em Nova York, nenhum bar chegou a fechar. Essa é uma briga financiada pela indústria do fumo".

Em 1995, Laranjeira fez um estudo com 100 garçons nos restaurantes do município de São Paulo. O objetivo era medir os níveis de monóxido de carbono (CO), um dos componentes da fumaça, antes e depois do seu expediente de trabalho. Todos os restaurantes participantes não possuíam áreas reservadas para fumantes. Os resultados desse estudo mostraram que após um período de exposição de nove horas com a fumaça do cigarro em ambiente de trabalho, os níveis médios de CO expirado dobrou entre os garçons não-fumantes.

Um comentário:

Rosemildo Sales Furtado disse...

Olá Luiz! Estou muito grato pela visita que fizeste ao meu blog, como também, feliz pelo fato de teres gostado. No comentário que fiz no jornal, não citei qual o marcador onde seria encontrado o método que criei, o mesmo está postado com o título de Tabagismo: vamos largar? Acredito até, que o mesmo possa ser ministrado para o combate de outras drogas, por tratar-se de um método por redução.
Sera importantíssimo se outras pessoas aderíssem a essa batalha, cujo resultado, somente trará o bem para todos de um modo geral.

Belo trabalho. Parabéns!

Abraços,

Furtado.